Ciclo de Rancor romance Capítulo 120

Os olhos de Brendan se estreitaram e ele ficou com uma expressão muito perigosa no rosto.

‘Ela já está começando a guardar novos segredos, depois de ser deixada sozinha na mansão, por apenas alguns dias.’

― Deirdre, vou contar até três. Não evoque minha raiva. ―

Ela mordeu o lábio inferior, com força.

― Três... dois... ―

― É Bliss! ―

― Bliss!? ―

Deirdre percebeu que havia gritado o nome do cachorrinho. Então, ela abriu a caixa, completamente apavorada, e revelou a cabecinha peluda e chorona do filhote. O cachorrinho se aproximou de Deirdre, para cheirá-la.

― É ele. ―

Brendan recuou, enojado. Ele era alérgico a cães:

― Por que você trouxe isso aqui? Livre-se disso, imediatamente. ―

Deirdre mordeu o lábio inferior e não tentou refutar. Em vez disso, envolveu a caixa com os braços, para protegê-la.

Brendan zombou:

― O que você está fazendo, Deirdre? Você considera isso como sua casa? Você é apenas um cachorro para mim, mas ainda assim, está tentando manter um animal de estimação? ―

A observação foi tão dura que os olhos de Deirdre ficaram vermelhos de lágrimas, enquanto tentava explicar:

― É só um filhote e sua mãe está morta. Ele ainda é muito novo e vai morrer sem que alguém cuide dele... Só vou ficar com ele até ficar um pouco mais velho, depois mando embora. Pode ser? ―

Brendan não estava planejando deixar Deirdre ficar com o cachorro, mas sua expressão mudou drasticamente quando ouviu Deirdre mencionar que sua mãe estava morta. Esse argumento o atingiu e o homem não conseguiu expressar sua desaprovação.

O cachorrinho abriu os olhos e se esfregou no braço de Deirdre. Então, Brendan sorriu, sarcástico.

‘O cachorrinho não é igual a ela? Tanto Deirdre quanto o cachorrinho não têm nada e vivem vidas lamentáveis. Só que Deirdre não é esperta o suficiente para perceber. Se ela dependesse de mim e se comportasse como um cachorrinho, não teria terminado onde está agora.’ Apesar da vontade que sentiu de expressar o pensamento, em voz alta, Brendan não o fez.

Sam apareceu e viu o carro de Brendan estacionado no pátio. Ele se sentiu um pouco envergonhado com os itens que carregava em seus braços, mas entrou na mansão, mesmo assim.

― Senhor Brighthall. ―

Brendan cumprimentou com um aceno de cabeça e subiu as escadas para o quarto. Ninguém esperava que a situação do cachorrinho fosse resolvida sem conflito, nem mesmo o próprio Brendan.

Seu comportamento significava a aceitação do filhote e Deirdre chorou de alegria e fungou, enquanto dava leite ao bichinho, na companhia de Sam. Ela esperou até que o animal cochilasse antes de subir as escadas.

Quando ia para seu quarto, a jovem sentiu a familiar presença dominadora de Brendan.

O homem franziu as sobrancelhas e tirou a gravata, dizendo:

― Tome um bom banho. Não me culpe se eu decidir te esfregar, eu mesmo, se sentir cheiro de cachorro em você. ―

Era muito óbvio o que aconteceria a seguir. Então, Deirdre mordeu o lábio inferior com força e pensou: ‘Não é o suficiente para você ter Charlene?’ Mas, não conseguiu dizer. Afinal, Brendan ficaria furioso e ela queria evitar que Bliss fosse abandonado.

No final, ela entrou no banheiro e tomou um banho. Assim que saiu do banehiro, foi jogada na cama e, enquanto Brendan se satisfazia, lembrou de uma coisa e perguntou:

― Você não estava menstruada? ―

Deirdre fechou os olhos, enquanto ele zombava da mentira grosseira.

Quando acabou, a cabeça de Deirdre estava girando, mas ela ainda pegou o comprimido na gaveta.

Brendan observou enquanto ela consumia a pílula e a envolveu com o braço. Ele estava bem ciente de como a mulher maliciosa era hábil em fingir, mas se sentiu confortável, por razões que não conseguiu explicar, quando sentiu o leve cheiro de seu corpo.

Antes de dormirem, ele sussurrou em seu ouvido:

― Deirdre, minha paciência sempre foi muito limitada. Esta é a última chance que você tem. Se você ainda não se comportar, saiba que não será capaz de arcar com as consequências. ― Ao dizer isso, ele adormeceu e sua respiração se tornou uniforme.

Deirdre estava com os olhos abertos. Seu coração cheio de frieza sem limites.

Brendan acordou enquanto Deirdre ainda dormia em seus braços. Ela era pequenininha e dormia profundamente sem se contorcer.

Antes de descer as escadas, ele a cobriu com um cobertor e vestiu o terno. O homem passou pelo pátio e parou abruptamente. Ele viu o terreno árido do lado direito e ficou confuso. Parecia estar faltando algo.

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