Ciclo de Rancor romance Capítulo 121

Brendan não tinha ideia do que tinha mudado no quintal da mansão, mas parecia que algo tinha sido arrancado de seu coração e, movido por um impulso que nem ele conhecia, apenas entrou no carro e foi embora, sem saber para onde e sem avisar o motorista. Quando chegou no prédio da empresa, o segurança perguntou, preocupado:

― Senhor Brighthall. Seu motorista estava lá para buscá-lo. O que aconteceu? ―

― Nada. ― Ele se virou e disse: ― Vamos para o hospital. ―

Assim que acordou, Deirdre foi direto verificar a caixa. Bliss estava lá, mas ela não podia ver, então a única opção era tatear o filhote. O cachorro parecia estar dormindo e finalmente ela ouviu que ele roncava, ocasionalmente.

O animalzinho foi acordado pela presença de Deirdre e lambeu seus dedos, enquanto latia duas vezes. Deirdre riu, porque o som era realmente adorável.

― Senhora Deirdre ― Sam começava o turno e se sentiu profundamente satisfeito ao encontrar Deirdre sorrindo para Bliss ― você tomou seu café da manhã? ―

― Não estou com pressa para comer. ― Deirdre esfregou o pelo do cachorrinho. ― Vamos pegar um pouco de leite para ele. ―

Deirdre levou o filhote para fora para tomar sol, depois que ele tinha se empanturrado de leite. Mas, som de um carro entrando no pátio chamou a atenção da jovem, quando ela se sentava perto da porta.

Deirdre ficou atordoada por um momento. O carro se aproximou até ficar bem na frente dela e parou a uma curta distância. A voz de Brendan soou clara e nítida e ele parecia preocupado:

― Cuidado ao sair do carro. Não se machuque. ―

Charlene disse com ternura:

― Não sou tão fraca, Bren. Você acha que eu cairía, só de ter que dar alguns passos até entrar em casa? Você esta me tratando como se eu fosse uma criatura de vidro. ―

― Eu me importo com você, só isso. ―

Era uma conversa harmoniosa e amorosa e Deirdre não queria escutar. Então, segurou Bliss em seus braços, pronta para entrar na casa, mas ouviu a voz de Charlene.

― Deirdre... ― Charlene parecia estar em conflito, antes de rir magnanimamente. ― Faz muito tempo desde a última vez que nos encontramos. ―

A expressão de Deirdre ficou congelada. Ela sentiu vontade de se esconder e não sabia como responder àquilo. Em seus braços, Bliss começou a rosnar para Charlene, por algum motivo desconhecido, então Deirdre rapidamente cobriu a boca do animalzinho.

Charlene fingiu estar morrendo de medo e recuou, se apoiando nos braços de Brendan, com os olhos vermelhos de lágrimas. Ela disse com um sorriso falso:

― Esse é o animal de estimação de Deirdre? É bastante animado, hein... e um pouco assustador. ―

Os olhos escuros de Brendan ficaram frios instantaneamente:

― Deirdre, treine seu cachorro corretamente. Se ele rosnar para Charlene novamente, vamos nos livrar dele. ―

Deirdre mordeu o interior das bochechas para controlar a raiva e voltou para a sala, recolocando Bliss na caixa. Ela não tinha ideia de por que o animalzinho tinha latido, já que, até então, tinha mostrado um temperamento brando. Ela confortou o cachorrinho suavemente e o levou para o andar de cima.

Depois de sair do quarto, ouviu Brendan e Charlene conversando animadamente na sala de estar. Como estava no primeiro andar, Deirdre não tinha certeza se deveria descer as escadas. E ainda hesitava, sem saber o que fazer, quando Brendan a pegou desprevenida e a chamou para a realidade:

― Suas pernas estão quebradas ou você perdeu a voz? Por que não desce para nos receber? ―

Deirdre respirou fundo e cerrou os punhos, por um breve momento, ganhando coragem antes de descer as escadas. Mesmo assim, quando chegou à sala, seu olhar estava abaixado e ela ainda não conseguia ter energia ou palavras para pedir desculpas.

Ela não conseguia se reconciliar com a situação e se sentia ofendida. Era óbvio que Charlene havia começado tudo, mas ela agia como se fosse a vítima da situação e aproveitava os benefícios.

Brendan ficou impaciente por esperar, sua expressão ficando sombria imediatamente:

― O que tínhamos combinado? ―

Deirdre reprimiu seus sentimentos atormentados e disse, lentamente:

― Charlene, me desculpe por ter mentido sobre minhas mãos feridas e colocado a culpa em você. Lamento que tenha sido injustiçada apesar de ser inocente e que isso a tenha colocado em perigo... Juro pela minha vida que terei uma morte trágica se fizer isso de novo. ―

Os olhos de Charlene sorriam, mas ela fingiu uma expressão magnânima:

― Não! Você não deveria jurar pela sua vida. Eu já deixei o passado para trás, em relação a esse incidente. Afinal, todo mundo comete erros. Além disso, por sua causa, meu relacionamento com Brendan está cada vez mais forte. ―

― Você não precisa bajulá-la. ― Disse Brendan, em um tom gelado. ― Nosso relacionamento não tem nada a ver com ela e não vai mudar nem um pouco por causa dela. ―

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