Ciclo de Rancor romance Capítulo 128

Brendan franziu as sobrancelhas, enquanto Sam imediatamente deu um passo à frente e disse:

― Senhor Brighthall... a Senhora McQuenny está passando por um colapso emocional, então ela não é capaz de suportar mais nenhum gatilho. ―

O rosto de Brendan ficou roxo de raiva. Já estava escuro e não era apropriado que Deirdre ficasse no quintal, segurando um cadáver.

‘Ela planeja ficar segurando esse cachorro morto a noite inteira?’

― Solte-o, Deirdre... ― Brendan suspirou e disse: ― Vou arranjar alguém para lhe dar um enterro adequado. Ele não vai descansar em paz se você continuar segurando-o assim. ―

Deirdre fingiu não ouvir seu conselho e se recusou a soltar o animal. Ela já se arrependera e tinha inúmeros pesadelos por ter perdido o filho. A jovem sentia que, se deixasse Bliss, esse sentimento de perda ficaria muito maior.

Em sua loucura, queria esquentar o animal, pois tinha certeza de que ele estava frio por ter ficado muito tempo deitado no chão e logo estaria latindo e ganindo novamente.

― Deirdre! ― Brendan estreitou os olhos. A noite ficava cada vez mais fechada e o fedor de sangue em seu corpo começava a ficar pungente. Ele estendeu a mão e agarrou o queixo da jovem. ― Solte o cachorro! Está me ouvindo?! Se você não fizer isso, farei Sterling vir para enterrá-lo, junto com o animal. ―

O rosto de Deirdre ficou terrivelmente pálido e ela mordeu o lábio inferior, à menção de Sterling. A realidade voltou à tona. Brendan a estava ameaçando.

― Solte isso, Agora! ― Brendan gritou, mais uma vez.

Sam estava preocupado que a situação piorasse, então consolou Deirdre suavemente:

― Vamos, solte-o... darei ao Bliss um enterro adequado. ―

‘Bliss...’ Deirdre sentiu vontade de rir, quando ouviu o nome. Ela achou o nome cômico, pois queria que o cachorro vivesse uma vida feliz. No final, o cachorro foi reduzido ao seu estado atual.

Ela então, percebia que sua maldição era completa e afetava, até mesmo, os animais. Ninguém ao seu redor terminaria em um bom lugar, mas por que Brendan estava são e salvo? Ele e Charlene eram os que mereciam morrer.

Deirdre não tinha mais lágrimas para chorar. Então afrouxou o aperto e colocou Bliss, cuidadosamente, no gramado, como se tivesse medo que o animal fosse sentir dor. Então, ela começou a cavar o chão com as mãos, mantendo a cabeça baixa.

O chão não estava solto, então suas unhas quebraram no processo e suas mãos ficaram ensanguentadas.

Brendan achou a visão uma monstruosidade e agarrou seus pulsos com força:

― Já é o bastante, você passou de qualquer limite! ―

A cabeça de Deirdre estava abaixada, quando ela disse, com uma voz fraca:

― Me solte. Deixe-me dar uma despedida adequada. ―

Então, a jovem parou de lutar e ficou muito quieta. Brendan não sabia o que fazer e desistiu de tentar impedir. Então, com um movimento suave, Deirdre conseguiu se livrar do aperto do homem e continuar a cavar o solo.

Depois de cavar um buraco adequado, ela colocou Bliss dentro e enterrou-o suavemente.

― Espero que você nasça com um bom dono, em sua próxima vida. Alguém que não sou eu. ― Era a única esperança que lhe restava.

Quando terminou, Brendan puxou-a para cima ansiosamente e lavou todo o seu corpo com água, de mangueira, ali no quintal mesmo. O cheiro de sangue era nauseante para ele.

Com a jovem um pouco mais limpa, Brendan a acompanhou até o banheiro e a despiu. Deirdre estava sentada nos ladrilhos gelados, com os braços ao redor dos joelhos, sem responder a nenhuma de suas brincadeiras, enquanto ele a limpava, cuidadosamente.

Brendan lavou as mãos dela e notou que todas as pontas dos dedos dela estavam machucadas. Havia cortes de pedras em suas mãos, suas unhas estavam cheias de terra e tinha lacerações que sangravam.

Ele estava furioso, então comentou, indignado:

― Era só um cachorro! ―

Deirdre finalmente reagiu à situação, levantando a cabeça e olhando em sua direção, com um olhar vazio.

Brendan sabia que ela era cega, mas ainda podia sentir o ódio intenso em seus olhos, enquanto ela o mirava.

― O quê? ― Brendan estava extremamente agitado. ― Você vai me culpar pela morte do cachorro? Eu lhe disse, desde o dia em que ele entrou em casa, que você deveria se livrar daquele bichinho problemático. Você se recusou a seguir minhas instruções e mandá-lo embora. Se tivesse me ouvido, não teria que passar por esse sofrimento agora. ―

Deirdre fechou os olhos em desespero.

‘Sim, eu deveria ter me livrado de Bliss. Assim ele não teria morrido.'

Então, Brendan terminou de banhar Deirdre, secou seu corpo e estendeu roupas limpas, dizendo:

― Coloque isso. ―

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