Ciclo de Rancor romance Capítulo 137

Deirdre se esforçava para sair da cama e o telefone da sala ainda berrava incessantemente. Era como se o aparelho pudesse representar seu próprio sofrimento sem fim. Por fim, ela saiu do quarto, com muita dificuldade, desceu as escadas e pegou o telefone.

O rosnado irritado de Brendan a cumprimentou:

― Achei que ia enrolar um pouco mais! ―

Os dedos de Deirdre apertaram o fone.

‘Você fala como se não fosse responsável pelo meu estado.’

Fazia muito frio no escritório, na hora em que ele a despiu e a brutalizou e, além do desgaste físico, ela deveria ter contraído uma virose, pois sentiu calafrios e uma onda de calor depois disso e, sem surpresa, ficou com febre. Mesmo agora, ela estava abrindo caminho através de uma névoa cerebral.

Não que ele se importasse, de qualquer maneira. Tudo o que importava era derramar sua semente e se sentir bem. Para ele, ela sempre foi uma subumana, na melhor das hipóteses.

― Estou com dor de cabeça. Acabei de acordar. ― Ela resmungou.

Brendan riu:

― Mataria você parar de se fazer de vítima, pelo menos um dia? É quase tarde da noite, pelo amor de Deus. ―

Deirdre apertou os lábios e decidiu mudar de assunto. Suprimindo a dor de cabeça, ela perguntou:

― O que você quer? ―

― Charlene esqueceu o colar em casa, em vez de trazê-lo para a festa. Ela precisa daquele colar porque foi minha mãe quem deu a ela. É importante. Você está em casa, então venha entregar aqui. ―

― O quê? ― Deirdre foi pega de surpresa. Brendan estava pedindo a uma pessoa cega que fizesse uma entrega? Antes que pudesse organizar os pensamentos, Deirdre começou a falar: ― Brendan, eu sou cega. Levar o colar dela para a festa, sem ajuda, é uma tarefa difícil para alguém como eu. Seria melhor enviar alguém de volta aqui para buscá-lo. ―

Brendan franziu a testa:

― Você acha que eu deixaria você sair de casa se não estivesse desesperado? ― Ele retrucou, com naturalidade. ― Mas, o evento principal está prestes a começar. Tudo o que você precisa fazer é chamar um táxi e vir até a velha mansão. Levará alguns minutos, no máximo! Vou mandar alguém esperar por você na entrada, então é isso. Pegue o colar agora, o tempo está acabando! ―

Deirdre lutou contra a tontura, segurando-se na beirada da mesa:

― Você não está com medo de que eu possa aproveitar a chance de fugir? ―

Brendan ficou quieto por um tempo. Quando voltou a falar, sua resposta foi carregada de desprezo:

― Não. Corra o quanto quiser. Não se preocupe com sua mãe. Tenho certeza de que ela ficará bem se você fugir. ―

Deirdre sentiu um nó na garganta. Mesmo com a fuga de Sterling, Brendan ainda tinha vantagem sobre ela. Ela respirou fundo e perguntou:

― Onde está o colar? ―

― No quarto de Lena. Em sua penteadeira. Está em uma caixa, então apenas traga a caixa. ―

Deirdre voltou para seu quarto e vestiu um casaco quente, antes de entrar no quarto de Charlene. Ela tateou o caminho, encontrou a penteadeira, pegou a caixa e saiu para pedir carona. A viagem durou cerca de 20 minutos. Assim que desceu do carro, uma pessoa se aproximou e perguntou:

― Você é a Senhora McQuenny? ―

― Sim, aqui está o que Charlene queria. Dê a ela. Agora, com licença. ―

A outra pessoa recusou, com um sorriso estranho, dizendo:

― Espere um momento. A senhorita McKinney me disse que preferiria muito que você desse o colar diretamente a ela. Desculpe pela inconveniência. ―

Deirdre franziu o cenho. Que tipo de truque ela estava aprontando dessa vez? Ela não tinha nenhuma intenção de atender à ordem daquela mulher, mas estava relutante em dificultar as coisas para a mensageira inocente. Reunindo toda a sua paciência, ela respondeu:

― Tudo bem. Me mostre o caminho. ―

― Por aqui! ―

Deirdre foi conduzida por um caminho tranquilo e isolado que cortava o quintal. Ela não foi chamada por nenhum dos convidados da festa, então seguiu sem obstáculos até a porta do salão.

― A senhorita McKinney está esperando lá dentro. Por favor, fique à vontade. Você vai ter que me desculpar, eu tenho algumas outras coisas para resolver. Até mais ver! ―

Deirdre assentiu e agarrou a maçaneta da porta.

Um milhão de pensamentos passaram por sua cabeça. Charlene deve ter planejado esse esquema elaborado para humilhá-la na frente das outras pessoas no salão, Deirdre apostaria nisso. Então, ela a arrastaria para o salão, onde estavam todos os outros convidados, e a rebaixaria, ainda mais.

Para sua surpresa, o único som que a saudou foi a voz de Charlene:

― Caramba! Que bom que você chegou. ― Ela a cumprimentou docemente. ― Desculpe incomodá-la com isso. Eu o esqueci e realmente pensei que não conseguiria chegar ao evento principal com ele! ―

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