A julgar pela severidade de Brendan, era evidente que uma situação crítica ocorria no cassino. Então, Sawyer não teve coragem de procrastinar, perguntando apressadamente:
― O que aconteceu, Senhor Brighthall? ―
― Alguém criou problemas e deixou várias pessoas feridas. Sam é uma das vítimas e sua condição é bastante crítica. ―
Se Brendan descreveu a condição de Sam como bastante crítica e ele não era um homem dado a exageros, então, a situação devia ser realmente ruim, por isso, sem questionar mais nada, Sawyer abriu a porta do carro para Brendan. O homem estava prestes a entrar no carro quando Deirdre agarrou seu braço.
― Brendan, quem você disse que está ferido? Sam está ferido? Quão grave é a lesão dele? ―
Não havia como dizer se seu rosto estava pálido de frio ou assustado por ter ouvido a conversa. Mas, o rosto de Brendan estava cheio de emoções malignas.
Ele agarrou a mão da jovem e a afastou, com força:
― Este não é um problema com o qual você deva se preocupar. A questão urgente para você agora é descobrir uma maneira de fazer Charlene perdoá-la. ―
O coração de Deirdre estava acelerado:
― Eu vou, mas a segurança de Sam também é muito importante. Apenas me diga sua condição primeiro, para que eu possa ficar tranquila. ―
― Você se preocupa muito com ele, não é? ― Brendan zombou. ― Acho que você estaria aplaudindo e vibrando de alegria, se fosse eu no lugar de Sam, não é? ―
Deirdre baixou os olhos, mas não respondeu à pergunta. A ação dela foi considerada como um reconhecimento silencioso, na percepção de Brendan, e ele sentiu o coração apertar de dor. Mas, o homem respondeu, à contragosto:
― Ele não vai morrer! No entanto, sua condição pode ser diferente se você não conseguir completar a missão que lhe foi atribuída. ―
Ele fechou a porta do carro, depois de fazer sua ameaça. Sawyer ficou surpreso com a zombaria de Brendan, mas ligou o motor e partiu.
Deirdre ficou sozinha na entrada da mansão, com a cabeça tomada pelo comentário ameaçador de Brendan.
‘Sam é subordinado de Brendan e também seu segurança, mas ele parece que sacrificaria Sam por causa de Charlene neste momento. Ele não vai poupar esforços para sacrificar todos que desagradam a Charlene?’
Ela respirou fundo, virou-se para a porta e perguntou ao criado:
― A senhorita McKinney está disposta a me ver agora? ―
O homem pequeno avaliou Deirdre com o olhar. Sawyer tinha ido embora, então era desnecessário esconder o desprezo, em seus olhos:
― É assim que o Senhor Brighthall trata você? Eu supunha que você, pelo menos, tinha uma beleza requintada, quando descobri que o Senhor Brighthall a mantinha na mansão. Mas, você é horrível! Não sei como arranja coragem para se mostrar. ― Sua zombaria com a aparência de Deirdre foi tão direta quanto possível.
Mas, acostumada a isso, a jovem nem piscou antes de perguntar:
― A senhorita McKinney vai me receber? ―
O criado disse, impacientemente:
― Espere aí que eu vou perguntar. ― Mas, depois de meia hora, ainda não tinha voltado.
Deirdre ficou parada na porta, sozinha, e não sabia dizer se o céu estava escuro. Ela só podia sentir o vento ficando mais forte e a temperatura caindo, até que seu nariz ficou dormente de frio.
Depois de muito tempo, o criado reapareceu, dizendo, enquanto bocejava:
― Você ainda está aqui? Eu achei que você já tinha ido embora, então fui tirar uma soneca no quarto. ―
Os dedos de Deirdre estavam rígidos de frio. Ela exalou um hálito quente e ouviu a observação rude e intencionalmente provocativa do criado. Então, entendeu a atitude do criado e sabia de onde vinham suas ordens, mas ela já havia perdido a paciência.
Mesmo assim, respirou fundo e respondeu:
― Tudo bem. ―
Então, para sua surpresa, o criado abriu a porta:
― Você pode entrar agora, se for o caso. A senhorita McKinney também está ficando ansiosa com a espera. ― E ao dizer isso, o servo saiu.
Os olhos de Deirdre estavam cegos e ela não sabia onde ficava a sala de estar. Ela não esperava que o criado a ajudasse, por isso, se concentrou em ouvir os passos do servo, que seguiu com grande esforço.
Assim que entrou na sala de estar, alguém esticou uma perna, para fazer Deirdre tropeçar e ela caiu pesadamente no chão, mas, felizmente, o carpete amenizou a queda. Além disso, seu corpo estava rígido e entorpecido pelo frio, então a queda não foi particularmente dolorosa, apenas humilhante.
Deirdre ouviu a risada de Charlene vindo de cima:
― Não fiz nada para merecer tamanho respeito, Deirdre. Não posso aceitar que você fique de joelhos, assim na minha frente. ―
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