Ciclo de Rancor romance Capítulo 153

― Não precisa. Eu estou bem. ― Deirdre imediatamente rejeitou a oferta de Charlene. ― Você só precisa me dizer o que mais posso fazer para buscar seu perdão, Senhorita McKinney. ―

Charlene olhou para o criado, que segurava uma tigela de ensopado misturado com raiz-forte, mostarda e pimenta e sorriu de satisfação.

― Você não precisa fazer mais nada. Eu te perdoo se você conseguir terminar a tigela de ensopado nas mãos de Greenlee. ―

Um olhar de espanto passou pelos olhos de Deirdre:

― Isso é tudo? ―

― Sim, isso é tudo. ―

Deirdre podia sentir o cheiro pungente de raiz-forte à distância. No entanto, ela se animou ao pensar que tudo chegaria ao fim se pudesse terminar a tigela de ensopado.

― Tudo bem, por favor, entregue-o para mim. ―

Ela esticou os braços para receber a tigela, mas o criado desviou de suas mãos e colocou a tigela no chão.

Charlene disse, com orgulho:

― No entanto, não há assento extra e talheres para você na mesa. Você vai ter que se deitar no chão e comer com a boca, aos poucos! Tudo bem? ―

‘O quê?’

Deirdre levantou a cabeça abruptamente, seu rosto pálido e seus olhos cheios de emoções ao ouvir isso.

‘Se eu fosse me deitar no chão e comer com a boca pouco a pouco, não estaria comendo como um... cachorro?’

A sensação de humilhação percorreu seu corpo instantaneamente. Ela estava tão furiosa que cerrou os punhos. Todo o seu corpo tremia, incontrolavelmente.

Charlene riu com desprezo:

― O que foi? Perdeu a vontade? Deirdre, não esqueça o porquê de você está aqui. Embora eu não tenha ideia de como Brendan fez você vir até mim, tenho certeza de que ele deve ter algum controle sobre você. Você já lavou a roupa, por mais de três horas, e agora só vai precisar se deitar no chão para fazer uma refeição. Você vai desperdiçar todos os seus esforços anteriores? ―

‘Não, não vou desperdiçar meus esforços anteriores. Só falta me deitar no chão e comer para que tudo acabe. Então, Sam será capaz de sair da perigosa situação... Quanto à minha honra, não vale mais nada. Brendan está sempre me humilhando também e me xingando por ser um cachorro desobediente, não é? Então, que diferença faz?’

Deirdre não conseguiu reprimir os sentimentos de mágoa em seu peito. Seu olhar vazio estava cheio de tristeza quando ela abriu os olhos:

― Tem certeza de que vai deixar esse assunto passar, se eu terminar a comida? ―

― Claro. ―

Depois de receber a confirmação, Deirdre suprimiu todos os pensamentos, ajoelhou e se deitou de bruços no chão. O cheiro do ensopado era enjoativo, mas ela suportou o engulho e engoliu a comida, aos poucos, como se não sentisse o gosto de nada.

Charlene ficou encantada em testemunhar isso. Seus olhos brilhavam de alegria e ela observou a cena de perto, sem perder nenhum detalhe.

Deirdre não conseguia mais sentir sua boca, depois que ela terminou o ensopado. Ela estava quase chorando com o tempero, mas rangeu os dentes para conter a vontade de chorar. Já era constrangedor ela ter que comer como um cachorro, isso só deixaria Charlene ainda mais orgulhosa.

― Está feito... Você pode ligar para Brendan e dizer a ele que está disposta a me perdoar? ―

― Sobre isso... ― Charlene fingiu estar preocupada, mas não conseguiu esconder o sorriso no rosto.

Deirdre virou o rosto, incrédula, na direção de Charlene e disse:

― O que você quer dizer, Charlene? Você me deu sua palavra! Você está voltando atrás em sua palavra? ―

Ágil, Deirdre se levantou e correu em direção a Charlene, assustando a mulher. Era uma sorte que as pessoas ao redor de Charlene tenham reagido rapidamente, contendo Deidre.

Charlene cobriu seu coração acelerado e curvou seus lábios vermelhos em um sorriso imprudente:

― Você tem razão. Estou voltando atrás de minha própria palavra. Gostei de ver você comendo a comida como um cachorro, só para não ganhar nada com isso. Por quê? Há alguma objeção de sua parte, Deirdre? ―

Os olhos de Deirdre moviam-se rapidamente enquanto ela segurava o choro. Então ela soltou um rugido agonizante, enquanto os servos a seguravam com seus braços fortes, semelhantes a garras afiadas, até que ela não pudesse se mover.

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