Ciclo de Rancor romance Capítulo 164

Deirdre estava atordoada. ‘O casalzinho vai visitar a Madame Brighthall, na velha mansão? Bem. O relacionamento deles progride muito bem, não é? É por isso que Brendan não consegue perceber o quanto perversa Charlene é realmente.’ Pensar nessas coisas, fez Deirdre rir de forma autodepreciativa.

― Vamos voltar para a mansão. ―

A jovem não precisava de um confronto direto que Charlene e, ao mesmo tempo, duvidava que o empresário deixaria de ir à mansão naquela noite. Por isso, não precisava entregar o documento de imediato.

Sam atendeu a ordem e virou uma rua à direita, pegando o caminho mais curto. Assim que chegaram, a jovem se sentou no sofá da sala. A longa espera começou e o tédio da espera podia ser entorpecente. Sam sabia, então ligou a TV. A primeira coisa que apareceu na tela foram imagens de Brendan e Charlene comprando guloseimas. Então vieram as especulações dos falantes da mídia e fofoqueiros de celebridades.

― O arrojado e jovem CEO do Grupo Brighthall mantém um relacionamento muito estável com a mesma jovem, há dois anos e, agora, eles foram pegos em uma viagem de compras juntos. Isso é um sinal de uma celebração muito específica chegando? Talvez o país receba notícias de seu casamento até o final deste ano! ―

Deirdre congelou e Sam mudou apressadamente de canal. Soando arrependido, ele disse:

― Desculpe por isso. Você conhece essas pessoas da mídia, certo? Eles não têm nada para fazer o dia todo a não ser vomitar especulações infundadas para entretenimento barato. O Senhor Brighthall e a Senhorita McKinney apenas faziam compras corriqueiras, nada mais do que isso. ―

― Está tudo bem. Você não precisa me dizer isso. ― Deirdre respondeu, com um pequeno sorriso. Ela parecia imperturbável. ―Se esses dois estão em um relacionamento ou não, isso não me preocupa. ―

Sam examinou seu semblante em busca de qualquer sinal de que ela estivesse chateada, mas não encontrou nenhuma excitação emocional óbvia. Então, suspirou de alívio e olhou para a jovem, com uma leve descrença, pensando: ‘Esses dois passaram a noite juntos apenas algumas horas atrás, não é? Então, como ela não sente nem uma pontada de tristeza, depois de ouvir um anúncio público de que o homem vai se casar com outra mulher?’

Mas, não importa quantas perguntas Sam fizesse, sabia que não conseguiria penetrar nos pensamentos de Deirdre. Por isso, ficou um tempo na sala, em silêncio, e depois saiu, deixando a jovem sozinha no sofá, sofrendo com as risadas e aplausos que vinham da TV.

O coração da jovem estava frio de desânimo. Deirdre não tinha ideia de quanto tempo havia se passado, mas podia adivinhar que, provavelmente, estava quase anoitecendo, porque Sam estava prestes a sair.

Na saída do trabalho, o homem não resistiu e deu uma sugestão:

― Talvez, você devesse descansar em seu quarto, em vez de acampar aqui. Quero dizer, se o Senhor Brighthall beber um pouco demais, ele pode decidir passar a noite na antiga residência, certo? Mas, aposto que ele virá aqui amanhã cedo. ―

― Eu sei. ― Deirdre olhou para a tela da TV, mesmo sem ver, e ficou parada por um instante, então forçou um sorriso. ― Mas, não estou com sono. Provavelmente, porque dormi demais no hospital. Você não precisa se preocupar comigo. Apenas vá. Eu não vou fugir. ―

Sam sentiu uma resposta sufocar na garganta. A fuga de Deirdre era a menor de suas preocupações! Ele estava apenas...

Não.

O homem se controlou e apagou o pensamento. Ele era apenas um subordinado cumprindo ordens e tinha que se lembrar disso.

― Certo. Nesse caso, desculpe-me. Tenha uma boa-noite e até amanhã. ―

Sam saiu e a sala de estar pareceu muito mais espaçosa e vazia. A TV começou a passar reprises de programas e Deirdre começou a sentir cada vez mais frio.

Talvez aquela não fosse a crucial noite da verdade, afinal.

De repente, a porta se abriu e choque e ansiedade passavam pelos olhos opacos de Deirdre quando ela se levantou, de supetão. Mas, antes que pudesse falar, ouviu o gemido ofegante, quase ronronando de Charlene:

― P-Pare, Bren! Ainda não estamos no quarto, meu Deus... Pare, meu vestido está se escapando... ―

― Isso é ruim? ― disse a voz de Brendan, carregada de uma euforia bêbada e desejo.

Deirdre sabia exatamente o que acontecia entre eles e respirou fundo.

A ventania fria que vinha de fora parecia ter ficado tão gelada que cortou sua pele e atingiu a espinha. Mesmo uma lufada daquele ar cutucou seu peito, como se ela tivesse acabado de engolir uma tigela de cacos de vidro.

― Você é inacreditável, seu cachorrão! ― Charlene respirava maliciosa. Então, como se tivesse notado Deirdre, pela primeira vez, se engasgou em choque e corou. ― Oh meu Deus! Deirdre! Eu não sabia que você estava aqui! ― Bren! Caramba, Bren! Você deveria pelo menos ter me dito que ela estaria por perto, seu tolo. ―

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