Ciclo de Rancor romance Capítulo 204

O médico careca tinha um par de olhos penetrantes e atenciosos. Quando ele viu as mãos de Brendan no volante, notou que a manga do braço esquerdo estava coberta de sangue, o instinto do médico o levou a correr em direção a Brendan e ele se engasgou quando viu hematomas e marcas de sangue em seus braços.

― Você quebrou algo com o cotovelo? Por que ele está cheio de hematomas? Que falta de cuidado é essa com seu corpo e sua saúde? ―

No passado, o médico não teria coragem de falar dessa maneira. Mas, estava tão furioso e ansioso que ordenou:

― Vá, sente-se no banco de trás. Vou dirigir até o hospital. Não tenho nenhum equipamento de teste aqui, então não posso garantir que você não tenha quebrado nada! ―

― NÃO! ― Brendan teimou.

― Basta ouvir o doutor Ginger. ― Deirdre interrompeu abruptamente. Seus olhos estavam frouxos, mas ela gradualmente apertou os punhos nas mangas. Ela não conseguia entender por que Brendan tinha mudado tanto que agia completamente diferente de seu eu normal. A prioridade deles, porém, era levar Brendan ao hospital.

Ela entrou no banco do passageiro e disse, com os olhos baixos:

― Se seu braço estiver quebrado, haverá muitas coisas que você não poderá fazer. Você precisa tratar direito, pois sua empresa precisa de você. ―

Brandan fez uma pausa. Ele queria ouvir Deirdre dizer que se importava com ele.

― Apenas a empresa? E você? ―

― O quê? ― Deirdre só percebeu o que Brendan estava perguntando, depois de um tempo. Então, ela finalmente processou que o homem queria saber se ela também precisava dele.

A jovem se assustou. Para ser exato, ela estava rígida e nervosa. Foi o médico quem quebrou o impasse quando apontou:

― Senhor Brighthall e senhora McQuenny, podemos deixar essa disputa amorosa em segundo plano, até chegarmos ao hospital? Temos que ir rápido, pois seu rosto está inchando mais e você já está tendo dificuldade para respirar! ―

Brendan soltou o ar e decidiu não negligenciar mais sua saúde. Mas, quando foi se sentar no banco de trás, apertou levemente a mão de Deirdre.

Ao chegar ao hospital, Brendan descobriu que precisaria tomar uma bolsa de soro. Durante o processo, o hospital tirou uma radiografia de seu braço. Felizmente, nenhum de seus ossos tinha sido ferido, mas como sua pele estava gravemente ferida, ele ainda precisava de tratamento.

Durante todo o processo, Deirdre esperava na porta. Por ser cega, ela só ouvia vozes e não podia fazer nada para ajudar. Além disso, ela havia abraçado vários cachorros, então poderia piorar a condição de Brendan por estar mais perto.

― Senhora McQuenny, há um lugar aqui. Você gostaria de se sentar? Vou levá-los, assim que os ferimentos do senhor Brighthall forem devidamente tratados. ― Ofereceu o médico.

― Não, muito obrigada. ― Deirdre deu um passo para trás e deu ao doutor Ginger um sorriso forçado. Então, pensou mais um pouco e complementou: ― Na verdade, pode, por favor, me levar de volta para a mansão, agora mesmo? ―

― Levar você de volta? ― O médico deu uma olhada em Brendan, que ainda estava tratando dos ferimentos e parecia bastante hesitante.

Quando o braço de Brendan foi enfaixado, ele suava excessivamente e sentia uma dor agonizante. Com a adrenalina alta, o homem não sentiu dor e não pensou que as feridas seriam tão graves, muito menos, tinha imaginado que a dor se tornaria insuportável com o passar do tempo.

Ele respirou fundo. Quando se lembrou da maneira como Deirdre cerrou os punhos, tentando conter sua agonia, ao descobrir que Brendan estava machucado, um sorriso apareceu no canto de seus lábios. Ele pensou que era hora de apaziguá-la.

― Desculpe-me ― disse ele à enfermeira. ―Você viu a senhora de vestido azul claro, bem simples, que estava comigo mais cedo? ―

A enfermeira não conseguia se lembrar, mas talvez fosse porque achava que Brendan e Deirdre estavam vestidos de maneira muito diferente. Quando ela estava prestes a responder, a porta se abriu.

― Brendan! Você está bem? ― Charlene entrou correndo ansiosamente. ―Por que você viria aqui para uma transfusão de sangue? Como está seu braço? ―

Ela estava tão angustiada que lágrimas brotaram de seus olhos. A expressão de Brendan congelou. Ele retirou a mão da dela, discretamente, enquanto perguntava:

― Por que você está aqui? ―

Charlene ergueu os olhos:

― Ué. Você não pediu para o doutor Ginger me chamar, para cuidar de você? ―

― Se eu pedi para o doutor Ginger ligar para você? ― A expressão de Brendan congelou. Quando ele pensou em uma possibilidade, seu coração disparou. Com os olhos vermelhos, ele latiu:

― Onde está Deirdre? ―

Charlene ficou atordoada:

― Deirdre? Ela também está no hospital? ―

Quando a enfermeira estava para sair, ela disse:

― Ah sim! Aquela senhora foi embora. Ela foi embora, há algum tempo. ―

Então, a enfermeira saiu, empurrando o carrinho com ela. Enquanto isso, os olhos de Brendan gradualmente ficaram gelados. Embora ainda sentisse dor no braço, ele cerrou o punho, as unhas pressionando contra a palma da mão. ‘Ela foi embora?’

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