‘Como ela pôde ir embora assim?’ A alergia de Brendan estava tão forte que ele tinha dificuldade até mesmo para respirar e a vermelhidão em suas mãos e rosto era tão intensa que coçava e doía. Mas, mesmo assim, Deirdre não tinha esperado para vê-lo melhorar.
― Bren... você está bem? Apenas deixe Deirdre para lá. ― Charlene estava animada porque os dois finalmente teriam um tempo a sós. Ela se sentou ao lado de Brendan. ― É bom que eu possa ficar aqui com você. ―
Antes que Charlene pudesse se acomodar, Brendan levantou-se abruptamente e puxou os acessos do soro intravenoso.
― Bren! O que você está fazendo? ― Charlene entrou em pânico, mas Brendan a ignorou. Seus olhos estavam vermelhos quando ele correu desesperadamente para fora da enfermaria.
Sem hesitar, nem por um minuto, o empresário saiu do hospital e parou um táxi, querendo voltar para a mansão. Como ainda sentia os sintomas da alergia, incluindo dor no braço e dificuldade para respirar, ficou ainda mais furioso.
— Deirdre, você é assim tão insensível? Eu fiz tanto por você, mas você não se sentiu nem um pouco sensibilizada? ―
Enquanto isso, no primeiro andar da mansão, Deirdre estava atordoada, sentada na cadeira da varanda. Seus olhos estavam desfocados e ela estava na mesma posição, desde que tinha voltado do hospital, há algum tempo.
Ela não apenas não conseguia entender a mudança de atitude de Brendan, como também estava confusa e com medo. Sentia medo da ternura repentina de Brendan. Agindo como uma pessoa diferente, ele estava tentando consertar seu coração já partido.
Na verdade, Deirdre já tinha acostumado com a vida atual e até se sentia satisfeita. Sua mãe estava viva e ela havia se acostumado com a indiferença de Brendan. Sabia que Brendan, eventualmente, se casaria com Charlene e ela partiria sem hesitar, voltando para o lado de sua mãe.
Enquanto Deirdre ainda estava afogada nesses pensamentos e confusões mentais, a porta se abriu repentinamente e a jovem se virou na direção do som. Antes que pudesse reagir, um par de mãos fortes segurou seus ombros, com força. A pessoa que havia entrado estava obviamente enfurecida.
Os cílios de Deirdre estremeceram ligeiramente:
— É você, Brendan? ―
Antes que Brendan pudesse responder, ela reagiu abruptamente e com uma preocupação real, na voz.
― Cuidado com suas mãos! Não gaste tanta energia. Você vai se machucar! ―
― Então você se importa comigo? ― Brendan zombou. Seus olhos vermelhos estavam cheios de raiva e ressentimento, simultaneamente. ― Eu pensei que você não iria franzir a testa ou olhar para mim, mesmo se eu morresse. ―
Deirdre ficou sem fala com essas palavras sarcásticas. Então, ela perguntou:
― Por que você voltou tão cedo? Receber soro leva muito mais tempo que isso, não é? ―
― Eu tirei o acesso. ― Brendan respirou fundo. Ele ainda estava furioso.
― Você puxou o cateter e saiu andando? ― Deirdre ficou atordoada e seus cílios tremeram. ― Por quê? Você é louco? ―
― Sim! Eu enlouqueci! ― Brendan tinha ainda mais dificuldade para respirar. ― Depois que meu braço foi tratado, fiquei louco quando soube que você tinha ido embora! Eu não me importo, com ter me machucado. Mas, você é realmente tão insensível que nem quis esperar por mim! Você não tem coração?! Como você pode ser tão cruel?! ―
Deirdre estava em transe. Era com isso que Brendan se importava?
Mas, ela disse ironicamente:
― Eu pensei... você ficaria mais animado se Charlene estivesse lá para acompanhá-lo... ―
― No momento em que soube que você partiu, nem consegui contar nada a Charlene. Acabei saindo correndo do hospital. Você acha que estou feliz? ― Brendan disse: ― Deirdre. Eu nunca vou ficar feliz em saber que você partiu. Você é tudo o que quero. ―
'Eu quero que você viva, e eu quero que você pertença apenas a mim!' Brendan completou, mentalmente.
No entanto, as palavras ditas foram o suficiente para chocar tanto Deirdre que ela cambaleou, começando a entrar em pânico e abaixou a cabeça.
Brendan abaixou a cabeça, procurou os lábios dela e os beijou ferozmente.
Quando o beijo acabou, ele disse:
― Deirdre, não tente escapar. Tudo o que eu disse, é o que sinto, com todas as letras, sinceramente. Vamos voltar aos velhos tempos, está bem? ―
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