A situação de Deirdre era crítica. A equipe de emergência levou horas de esforço extenuante para operá-la. Todos trabalhavam com a respiração suspensa e ninguém ousava relaxar. Quando finalmente acabou, eles deram um suspiro coletivo de alívio.
Apesar dos médicos recomendarem que ela ficasse no hospital, Brendan usou dos recursos e de sua influência para conseguir que fosse liberada e levada para a mansão, onde ficaria de quarentena e em um verdadeiro cativeiro. Até mesmo o privilégio de transitar livremente tinha sido tomado da jovem.
O próprio Brendan parecia ter desaparecido de sua vida e nas poucas vezes em que perguntou a um dos seguranças onde ele estava, tudo o que recebeu foi uma resposta desdenhosa, como:
― Não faço ideia. ―
Entretanto, alguns dias depois, quando descia as escadas, a jovem ouviu os brutamontes conversando entre si:
― Sem brincadeira? Essa merda ainda é incompreensível para mim, sabia? Por que o Senhor Brighthall está mantendo a Senhorita Rosto de Amolar Faca como uma princesa na torre do castelo? Eu quase acho que ele está planejando que ela substitua a Senhorita McKinney como sua esposa! Não fosse pelas férias no exterior com a Senhorita. McKinney, eu apostaria na troca. ―
― Você está chapado? Essa é a teoria mais absurda que já ouvi! Você sabe que o Senhor Brighthall ama a Senhorita McKinney, não sabe? De que outra forma você explicaria o fato dele ter deixado seus negócios de lado e a levando em viagens extravagantes, só porque a senhora disse que está se sentindo um pouco 'mal'? ―
Portanto, a ausência de Brendan não foi por despeito ou fúria por ela. Era porque Charlene estava doente, ou fingindo estar, e ele a tinha levado para espairecer. O mistério estava resolvido e ainda assim Deirdre não conseguia sorrir.
‘Charlene redirecionou todo o foco que Brendan teria dedicado em uma busca para prejudicar Sterling, certo?’ Deirdre tentou se convencer, mesmo que não pudesse ligar para o médico para confirmar. Afinal, o monstro tinha quebrado seu celular no acesso de fúria.
Por um momento, Deirdre ficou parada no mesmo lugar, perdida em seu estupor, até que uma voz disse:
― Senhorita McQuenny? ―
Era o médico, responsável pela recuperação de Deirdre. O curativo precisava ser recolocado a cada três dias, para não deixar uma cicatriz feia no pescoço.
Apesar da lesão não ter sido letal, ainda poderia deixar uma marca um tanto desagradável. A jovem achava a preocupação dos médicos divertida, mas aceitava o cuidado e preocupação.
― Tudo bem. Mas, faremos a troca lá embaixo, no sofá, desta vez ― ela respondeu ― eu não quero fazer isso no meu quarto. ―
A jovem tateou o corrimão e desceu as escadas, então andou segura até o sofá e se sentou.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Ciclo de Rancor
Cadê o restante?...
😣...
Terá mais capítulos?...
Gostaria de ler o restante do livro...