Ciclo de Rancor romance Capítulo 60

Odiando ter que justificar qualquer um de seus atos para outra pessoa, Brendan disse, extremamente desconfortável:

― A razão pela qual priorizo este assunto é porque não quero dever nada a Deirdre. Ela foi forçada por mim a se tornar o bode expiatório e perdeu a visão na prisão. Se ela ficasse muda, eu me sentiria culpado pelo resto da vida. ―

― Sério? ― Charlene parou de chorar ― Quando você vai se casar comigo, então? Eu entendo que você não pôde fazer um grande casamento por causa do acidente de carro, mas já se passaram dois anos. A maioria das pessoas já se esqueceu do acidente, então agora é a melhor hora para nos casarmos. ―

'Casar?'

A mente de Brendan ficou em branco, pois ele nunca havia pensado nisso.

― Você vai ter que esperar um pouco mais. ―

― Esperar? ― O rosto de Charlene ficou terrivelmente pálido, sua mão agarrada ao braço da cadeira de rodas ― Por que devo esperar? Bren, o que estamos esperando? ―

― A questão é simples ― Brendan deu de ombros, sorrindo. O motivo parecia uma piada para ele ― Deirdre e eu ainda não estamos oficialmente divorciados. ―

― O quê? ―

Charlene nunca havia pensado nisso antes.

Apesar de Brendan ter se recusado a se casar com Charlene, a tratava bem, em todos os sentidos. Então, ela não o pressionava pelo casamento, principalmente por entender que era melhor esperar baixar a poeira do acidente, mas não esperava que Brendan e Deirdre ainda estivessem legalmente vinculados pelo casamento.

Brendan explicou:

― Ela assinou os papéis do divórcio, mas ainda não agendamos a audiência. Ela foi para a cadeia logo depois, então não consegui fazer isso. ―

― Então é isso... ― Charlene ficou muito descontente e perguntou apressadamente ― E quando você pretende se divorciar? ―

― Vou agendar a audiência, assim que ela tiver alta do hospital. ―

Charlene se sentiu apaziguada pela resposta. O fato de eles se divorciarem imediatamente após a alta de Deirdre seria um sinal claro de que Brendan a priorizava e que não adiaria o divórcio, nem por mais um momento.

Então, ela acenou com a cabeça, docemente, e trocou o assunto para uma conversa mais leve, antes de se despedir e sair. Brendan ficou no escritório até meia-noite.

Sam bocejava quando seu chefe chegou ao hospital. Então, o homem corrigiu a postura e cumprimentou:

― Senhor Brighthall. ―

― Como ela está? ―

Sam não conseguiu esconder o choque. Era meia-noite, então tinha presumido que Brendan estava em casa descansando. No entanto, lá estava Brendan e tudo o que importava para o homem era a condição de Deirdre.

― O médico a examinou perto das 10 da noite. Ela está bem, mas sua garganta está inchada. Ela tomou soro intravenoso a noite toda, então já está dormindo agora. ―

'Se ela consegue dormir, isso significa que não está mais com aquela dor insuportável.' Então, percebendo que exigia demais de seu segurança, Brendan disse:

― Perfeito, Sam, agora deixe o resto comigo. Vá descansar um pouco. ―

Ao dizer isso, ele abriu a porta e entrou no quarto. Seus movimentos foram extremamente gentis e silenciosos e ele podia ver que Deirdre dormia, iluminada pelo luar, mas os cantos de seus olhos estavam manchados de lágrimas. E ele se perguntou com o que ela estava sonhando.

A cama era enorme, então Brendan tirou o paletó e se deitou ao lado da jovem, passando os braços em torno dela, com cautela. Ela estava tão magra que Brendan sentiu que abraçava um saco de ossos. Mesmo assim, adormeceu profundamente enquanto sentia o cheiro da jovem.

Ele foi acordado pelos movimentos de alguém, na manhã seguinte. Era Deirdre que lutava para se desvencilhar de seu abraço. Ela tinha uma expressão de medo no rosto e estava quase caindo da cama.

Brendan ficou furioso. Então, por despeito. Segurou a jovem com firmeza e forçou um selinho nos lábios ressecados.

Só então, Brendan se afastou e disse, com uma ferocidade despropositada:

― Tentando fugir, tão cedo? Suas costelas mal acabaram de sarar e você já está inquieta novamente! ―

Os lábios de Deirdre estavam vermelhos, irritados pela barba matutina de Brendan. Ao ouvir a observação, ela disse com um encolher de ombros:

― Você não tem outro lugar para dormir? Por que você tinha que se espremer para caber na minha cama? Não tomo um banho decente há dias. Você não acha isso nojento? ―

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