Ciclo de Rancor romance Capítulo 61

Quando Deirdre acordou naquela manhã, envolvida nos braços de Brendan e sentindo seu leve perfume corporal. Não pôde deixar de pensar na época em que eram casados. Essa recordação de como, em alguns momentos, o monstro podia ser um homem maravilhoso enfureceu a jovem, ainda mais.

Entretanto, na maior parte do tempo, Brendan sempre teve essa mania de estar no controle e exigir que todas as ordens fossem cumpridas e isso irritava Deirdre.

Mas, enquanto Brendan se levantava da cama, ele não parecia mais estar bravo. Entretanto, ao invés de ir embora, o homem apenas puxou as cobertas do corpo da jovem e, antes que ela pudesse reagir, começou a despi-la.

A jovem se assustou com o frio inesperado que atingiu seu corpo e, tentando cobrir sua nudez com as mãos, gritou:

― O que você está fazendo, Brendan!? ―

‘Por que ele não me deixa em paz mesmo quando estou nesse estado lamentável? Ele quer que eu quebre minhas costelas de novo para que ele fique satisfeito?!'

― Não! Por favor! Não abuse de mim! ― O rosto de Deirdre ficou terrivelmente pálido e os movimentos de seu desespero a deixaram com tanta dor que ela chorou.

Subitamente, Brendan prendeu os braços da jovem, depois de perceber que seu corpo estava convulsionando de dor:

― Você perdeu a cabeça?! Por que você ainda está se movendo como uma maluca, em seu estado atual? Quem está abusando de você, hein? Só estou tentando lhe dar um banho de esponja! ―

'Banho de esponja?'

Deirdre estava nua. Ela estava ciente do estado de seu corpo, apesar de sua cegueira, e seu rosto ficou vermelho de vergonha.

― Você não precisa fazer isso! ― ela disse, se recompondo ― Mesmo se eu precisar de um banho, tenho certeza de que existem cuidadores profissionais para fazer isso. Se isso não funcionar, você pode chamar uma enfermeira para mim. Eu não quero que você faça isso. ―

― Como você vai conseguir um cuidador agora? Além disso, você acha que as enfermeiras estão livres para fazer isso? ―

Brendan ficou descontente. Na verdade, ele não queria que outros vissem o corpo de Deirdre, nem mesmo uma mulher.

― Você acha que estou fazendo isso de bom grado? Minhas mãos foram feitas para assinar contratos, não para te servir. Além disso, há alguma parte do seu corpo que eu ainda não tenha visto ou tocado? ―

Os lábios de Deirdre tremiam e ela estava tão magoada que não queria falar. Então, Brendan pegou uma toalha molhada e a esfregou com cuidado. Deirdre ficou tensa durante todo o processo e se cobriu assim que o banho terminou.

Deirdre ficou aliviada, assim como Brendan.

O homem não conseguia entender por que ainda sentia uma libido incontrolável depois de ver o corpo da jovem, apesar de sua aparência esquelética. Por isso, suprimindo um impulso crescente, Brendan ajudou Deirdre a vestir um pijama limpo, enquanto conversava, casualmente:

― Encontrei seu agressor. A polícia confirmou o paradeiro da pessoa que te envenenou, então acredito que você receberá uma explicação, em dois dias, se tudo correr bem. ―

Deirdre sabia o motivo do envenenamento e isso não a interessava, mas sentiu o coração disparar ao saber que o agressor já havia sido encontrado. Ela estava muito convencida de que Charlene era a culpada, então não pôde deixar de perguntar:

― Foi alguém conhecido? ―

― Sim, uma das minhas assistentes, na empresa. ― Brendan expressou seu desprezo ― Eu não sabia, mas ela era colega de faculdade da pessoa que Charlene atropelou. Provavelmente, o motivo foi vingança. ―

― Uma assistente? ― Deirdre fechou os olhos, em desespero ― Como você pôde acreditar em uma mentira tão grosseira? ―

― O que você quer dizer? ― Brendan olhou para Deirdre com desagrado. ― Você vai continuar acusando Charlene? Ou, de alguma forma, te deixaria feliz saber que ela tentou te ferir? ―

‘Não tem como acordar quem finge estar dormindo. Brendan realmente acredita que alguém destruiria seu futuro por um colega de faculdade? Em outras palavras, mesmo que eles tivessem uma amizade próxima o suficiente para justificar a vingança, por que ela escolheria um veneno que me deixaria muda? Não seria melhor simplesmente me matar?’

Pensou Deirdre consigo mesma.

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