Ciclo de Rancor romance Capítulo 75

Madame Brighthall ficou atordoada, por um momento, antes de dizer furiosamente:

― Onde ela está? Ela se foi, óbvio! Esta é a casa que você divide com Charlene. Por que alguém como ela apareceria na mansão? Ela foi embora, há muito tempo! ―

― Ela foi embora? ― As pupilas de Brendan se contraíram ― Ela não pode ver! Como você pôde simplesmente deixá-la sair assim!? ―

Madame Brighthall estava cega de raiva quando expulsou Deirdre, mas agora que ela percebia o que havia feito, se sentiu culpada, mas ainda disse teimosamente:

― E daí se ela não pode ver? Ela não é boba. Ela é uma mulher adulta. Ela não pode fazer uma ligação ou pegar emprestado um telefone de outra pessoa para ligar para sua família ou amigos, depois de sair deste lugar? ―

Brendan sentiu a cabeça girar e o coração disparar, em uma crise de pânico. ‘Família ou amigos? Como Deirdre ainda poderia ter família ou amigos?’

Sua mãe estava morta e a única pessoa com quem ela poderia contar era Madame Brighhall, que havia falado com ela duramente. Quanto a Sterling, ela já havia sido forçada a romper relações com ele, graças a Brendan. Ela preferiria ficar sem-teto e morrer de fome nas ruas do que procurar Sterling.

Ela tinha perdido tudo o que tinha. Sem onde viver e cega, teria uma chance ainda menor de sobrevivência do que um cachorro.

― Vocês devem ir embora. Eu vou procurá-la! Eu explico isso para você mais tarde, mãe! ― Brendan reprimiu o medo que sentia no peito e se afastou apressado.

O rosto de Charlene empalideceu:

― Bren! ― Ela o perseguiu, cravando as unhas nas palmas, enquanto cerrava os punhos. Ela detestou Deirdre ainda mais, depois de ver a expressão ansiosa de Brendan.

― Desculpe! Eu sei que você deve estar me culpando. Eu tentei impedir sua mãe, mas ela insistiu em expulsar Deirdre ― seus olhos estavam vermelhos de lágrimas e ela estava prestes a chorar ― sua mãe está doente e eu não tive coragem de me opor fortemente a ela, então só pude assistir impotente, enquanto Deirdre partia. Depois, quis aproveitar a oportunidade para ligar para você, mas não esperava que viesse tão cedo. Por favor, não fique mais com raiva, está bem? ―

Ela chorou profusamente e a visão dela causou um arrepio na espinha de Sam. Acontece que a gentil e magnânima Charlene era, na verdade, uma pessoa de duas caras.

― Eu não culpo você, Lena. ― Brendan sentiu como se sua cabeça estivesse uma bagunça. O céu já havia escurecido e Deirdre não estava agasalhada. Ele empurrou para longe os braços estendidos de Charlene e disse ― Vou procurar Deirdre. Falaremos sobre isso, mais tarde. ―

Brendan saiu com pressa e ordenou que Sam tivesse acesso às imagens de vigilância, da vizinhança.

Charlene estava agora parada na porta sozinha, seus olhos cheios de ódio.

Depois de ter sido expulsa, Deirdre desceu o caminho, passo a passo, seguindo a parede. Ela podia ouvir o som do tráfego congestionado e das ruas ao seu redor, mas sua mente estava totalmente em branco.

‘Isso é retribuição. Esta é a retribuição pelo meu desejo. Por que pensei que seria capaz de me tornar a Senhora Brighthall? Por que insisti em ficar com o filho de Brendan, me opondo a ele? Olhe para mim agora. Tudo o que tive me foi tirado cruelmente, e até Madame Brighthall, que costumava se importar comigo, me odeia e me acha uma nojenta indecente.'

Deirdre parou de andar e sentiu uma dor insuportável no peito. Seu rosto ficou horrivelmente pálido. Não ter nada era realmente cansativo.

Ela queria tanto desistir da vida, mas a lembrança de sua mãe a impediu. Sua mãe sofreria demais se ela morresse e a deixasse sozinha neste mundo. Mas, se ela suportasse toda essa agonia e sofrimento, ela seria capaz de proteger sua mãe?

Ao pensar no rosto enrugado de sua mãe, Deirdre sentiu-se muito relutante em desistir da vida. Ela realmente sentia falta dela. Ela balançou a cabeça:

'Não. Não posso me permitir ter essa mentalidade. Não posso desistir enquanto minha mãe ainda estiver aqui! Ela é o meu suporte. Como minha mãe se sentiria se eu fosse embora? Devo persistir, não importa o quão difícil seja! Eu sinto tanto a falta dela. Eu gostaria de provar a comida que ela faz... Sinto falta de seus abraços...'

Enquanto isso, uma van preta parou de repente ao lado de Deirdre e, antes que ela pudesse reagir, a jogaram para dentro do veículo.

― O que você está fazendo! Pare com isso! Não me toque! ―

O rosto de Deirdre estava cheio de pânico e ela lutava com todas as suas forças. Um pano cobriu sua boca e nariz, deixando-a tonta antes de perder completamente a consciência.

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