Ciclo de Rancor romance Capítulo 76

Um balde de água gelada foi derramado em seu rosto e Deirdre acordou assustada, sem saber onde estava e o que tinha acontecido. Desesperada, tentou se mover, mas seus braços e pernas estavam amarrados.

A mulher que a acordou a examinou de perto, dizendo com uma voz cheia de desgosto:

― Mas, que diabos...!? Eca! Já é ruim que ela pareça um personagem de filme de terror... e ainda é muito magra e frágil para satisfazer um cliente. Não dá pra acreditar... é sério isso?! O Senhor Brighthall é realmente inacreditável! ―

Alguém foi rápido em acalmá-la, dizendo:

― Bem, mas, a questão sempre foi fazer um favor ao Senhor Brighthall, certo? Você sabe que ele vai se lembrar disso e retribuir de acordo, Madame Rouge! ―

― Um favor... eu adoraria fazer um favor a ele, mas, Deus! Essa vadia não consegue nem atrair um homem que passou os últimos três anos em uma ilha deserta ― zombou Madame Rouge. Segurando um cigarro entre os dedos, ela caminhou até Deirdre e franziu a testa ― Puta merda. De jeito nenhum! Essa cadela ainda é cega! ―

Deirdre sentiu um calafrio subindo pela espinha.

‘Então, Brendan é quem está por trás disso? Ele finalmente se cansou de mim? Como aquele louco sádico não se perdoaria se algum dia me deixasse ir em paz, ele planejou uma das torturas mais cruéis que pôde imaginar e me fez passar por ela... Ele me vendeu para um bordel, não foi!? Quão imenso é o seu ódio por mim? Quanto um homem teria que odiar uma mulher para fazer algo tão... desumano?!' Deidre pensou.

A jovem chorava amargamente, enquanto mordia os lábios com tanta força que sentiu gosto de sangue.

Madame Rouge se agachou, examinando-a ainda mais de perto. Então, de repente, ela começou a agarrar sua roupa e arrancá-la.

― O que você está fazendo?! ― Deirdre gritou, sentindo-se alarmada. Ela se contorceu tanto que apesar de estar amarrada, uma perna se soltou e ela chutou o corpo de Madame Rouge.

A mulher gritou, mas foi mais de susto do que de dor. Não doeu, mas o movimento manchou seu vestido, e isso a enfureceu.

Ela lançou um olhar para o homem ao lado dela que se lançou para frente, agarrou Deirdre pelos cabelos e a esbofeteou uma dezena de vezes, até a jovem achar que desmaiaria.

Ver Deirdre sofrer aliviou Madame Rouge de sua raiva inicial.

― Basta, já chega! Não posso exagerar e matá-la porque você sabe que o único valor que ela tem, quando se trata deste trabalho, é o fato de que ainda tem pulso ― disse ela, acenando com a mão com desdém ― Embora, devo admitir, ela tem a voz certa. Aposto que nossos clientes adorariam ouvi-la gemer. Vamos, embeleze-a e coloque uma máscara no rosto dela, pelo amor de Deus! Esses idiotas de terceira categoria provavelmente vão amá-la o suficiente, então acho que vou levá-la. ―

― Diga ao Senhor Brighthall que eu aceito sua oferta e estou contando com ele para retribuir o favor, no momento oportuno. ―

― Definitivamente, senhora! Definitivamente. ―

― Faça com que ela se troque. ―

Deirdre acordava e desmaiava, mas, ainda assim, conseguiu ouvir cada palavra de sua captora. Lágrimas brotaram em seus olhos e rolaram por suas bochechas doloridas, provocando uma espécie de dor lancinante, como se ela estivesse sendo chicoteada.

Eles não trocaram suas roupas, mas a drogaram e a deixaram em uma cama, mole e indefesa. Como comida esperando para ser devorada.

Logo, Deirdre ouviu a porta se abrindo e um homem com um odor sufocante entrou cambaleando na sala, incapaz de dar alguns passos sem soluçar.

― Oh, pequena senhorita raio de sol! Você mal pode esperar para se divertir, não é? ― ele arrulhou ― Olhe para você, se contorcendo como o pecado encarnado! Não se preocupe, a ajuda está a caminho! Uma grande e difícil ajuda! ―

O homem estava inquieto. Deirdre tremeu e mordeu os lábios o mais forte que pôde, para que a dor a impedisse de desmaiar novamente. Então, gritou:

― Saia de perto de mim! ―

A droga neutralizara sua indignação e suas palavras saíram arrastadas. A força de sua raiva diminuiu e seu grito desafiador saiu como um ronronar.

A luxúria do homem explodiu e ele sentiu todo o seu corpo se encher de sangue:

― A vadia está se fazendo de difícil? Eu sou mesmo fraco, quando se trata dessa merda! Foda-se! ― O homem não conseguia mais se conter. A lingerie que ela usava era muito sedutora.

Sentir a mão do homem em seu corpo a enojava, mas a droga havia efetivamente tomado o controle dela. Ela cravou as unhas nas palmas das mãos, usando a dor para trazer algum controle sobre si mesma, e balbuciou com dificuldade:

― M-Minha... m-m-máscara... ―

O homem olhou para ela. Ele se inclinou mais perto, fazendo Deirdre engasgar com seu mau hálito:

― O que foi? ―

Os lábios de Deirdre sangravam com a própria mordida:

― Tire a máscara... ―

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