― Mentiroso! ― rosnou Deirdre, carrancuda revoltada consigo mesma por se sentir feliz com a forma que Brendan a tratava. Ela não podia acreditar em si mesma. Aos poucos se deixava envolver por outra das mentiras de Brendan, de novo..
Antes que a jovem saísse da cozinha, revoltada, Brendan bloqueou a passagem de Deirdre e tentou mudar seu humor.
― Não fique brava. ― Ele respirou em seus ouvidos, seu hálito quente fazendo cócegas. ― Você está com fome, não está? Vou preparar um café da manhã mais nutritivo para você. ―
― Você? ― Deirdre cuspiu, sarcástica. Ferido como o empresário estava, poderia acabar incendiando a cozinha inteira, ao invés de fazer panquecas. ― Eu prefiro fazer isso sozinha. Pode ir, vai, vai... ―
Os olhos de Brendan tremeram. Mas, um sorriso sombreou seus lábios.
― Você está me dizendo que vai fazer para mim também? ―
― De onde você tirou isso? Só vou fazer uma panqueca para mim. Pedi para que saísse porque você está me atrapalhando! ―
Ela o empurrou para o lado e começou a pegar ovos, leite e farinha.
Deirdre havia passado bastante tempo na cozinha, pouco depois de se casar, então conhecia a disposição de tudo, de cor. Sua visão também havia se recuperado o suficiente para distinguir formas vagas de tudo, então fazer panqueca não era difícil.
Ela estava com tanta fome que acabou preparando duas receitas. Então, colocou algumas panquecas no prato, colocou cobertura, serviu um copo de suco de laranja e foi para a sala de jantar. Vendo que havia mais duas panquecas na cozinha, Brendan sentiu a alegria invadir seu peito e perguntou:
― Você fez isso para nós dois? ―
― Não, eu fiz duas receitas, mas é tudo meu. Só não botei tudo no prato porque gosto com bastante cobertura. ―
A ideia de deixar um resto para Brendan simplesmente nunca passou pela cabeça dela. Seu apetite tinha crescido muito ultimamente. Às vezes, ela se via desejando uma refeição depois da outra.
Brendan se sentou ao lado dela e a observou comer, de vez em quando afastando algumas mechas de seu cabelo do rosto. Não havia nada além de adoração embriagada em seus olhos.
― Uau, nosso filho, com certeza, tem apetite. ―
Deirdre o ignorou, mas quando finalmente ficou satisfeita, depois de comer três panquecas, ainda sobrou uma, que se tornou de Brendan. Ele levou o prato para a mesa, colocou cobertura e devorou com voracidade, sem exibir a graça e paciência habituais. Alguém poderia até se perguntar se ele estava morrendo de fome.
Apenas Brendan sabia por que agia daquela maneira. O homem morria de saudade da comida de Deirdre.
O médico chegou na mansão, perto da hora de trocar os curativos e ficou surpreso ao ver Brendan comer sem sua elegância habitual, mas ver o tanto de canela que cobria a cobertura, o médico reclamou:
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Ciclo de Rancor
Cadê o restante?...
😣...
Terá mais capítulos?...
Gostaria de ler o restante do livro...