Ciclo de Rancor romance Capítulo 848

Agoniada, Deirdre tentava organizar os pensamentos: ‘O que está acontecendo? Brendan me enganou esse tempo todo, mais uma vez!?’

Sem entender direito o que estava acontecendo, governanta fazia o possível para confortar a jovem desesperada.

― Dee, por favor, acalme-se! Você não pode se deixar abalar dessa forma, toda vez que alguém brotar do chão e te dizer alguma coisa, pode? O que qualquer um diz é verdade? Não sei o que esse Walker tem a ver com você e Brendan, ou porque é isso importante para você. Mas, o que Brendan sente por você é real! Não há mentira nisso! ―

De certa forma, Anna estava certa. Dos sentimentos do magnata ela não poderia comprovar nada, mas o ferimento de bala no ombro de Brendan também era real, ou ele não teria ficado tão ferido a ponto de não conseguir dormir. O irmão de Henry poderia estar mentido para conseguir a simpatia dela.

No entanto, a mente de Deirdre estava em desordem e qualquer disposição que ela tivesse para passear e fazer compras havia desaparecido. Por isso, chamou um táxi e voltou para a mansão.

Quando chegou à mansão e não encontrou ninguém na sala, imaginou que Brendan estava no escritório e foi falar com ele. Porém, antes de abrir a porta, percebeu que ele conversava e, sem querer, acabou ouvindo parte da conversa.

― Você já sabe quem é o infiltrado? ―

― Ainda não, mas agora não restam muitas opções. De qualquer maneira, ele se disfarça bem, então está mais difícil do que eu esperava. ―

― De qualquer forma, está tudo bem... Qual é a pressa? Ele não vai evaporar. ―

Sam sorriu.

― Foi exatamente como você previu. Essas pessoas não teriam se precipitado e se exposto, se você não tivesse atirado no próprio ombro. Além disso, graças ao ferimento, a dona Deirdre também deixou de ser tão hostil com você. ―

Mencionar Deirdre imediatamente convocou o lado mais gentil de Brendan.

― Que horas são? ―

― Pouco depois das três, senhor. ―

― Deixa as chaves do carro, comigo. Logo, logo ela vai me ligar para eu ir buscar. ―

Antes que Deirdre pudesse se afastar, ouviu o som de seus passos e a porta se abriu.

A conversa dela excluiu Brendan, de forma reveladora, como se o homem tivesse deixado de existir depois de mais uma mentira. Ela não daria ao homem nem um olhar. Ela não estava mais desapontada, ao que parecia, mas insensível à sua existência. Foram apenas alguns segundos, mas foi tempo suficiente para Deirdre aceitar o fato de que Brendan era apenas um maldito nojento que faria qualquer coisa por seus ganhos.

A dor explodiu em seu abdômen. Talvez as chamas de sua raiva tivessem de alguma forma se espalhado para o bebê. Deirdre o segurou com a mão e se virou, para tentar ir para o quarto.

Entretanto, Brendan a segurou pelo pulso e seus olhos também estavam cheios de lágrimas. Pânico infeliz sombreava suas belas feições. ― Não vá, Dee. ―

A jovem se sentia enojada com o toque de Brendan. Por isso, com os olhos vermelhos de raiva e dor, encarou o homem, cujas as feições não era capaz de enxergar, e perguntou:

― Quanta verdade existe em qualquer coisa que você diz, Brendan? ―

Brendan limpou a garganta, mas não soube o que responder.

Deirdre riu e tirou a mão dele.

― Você tem sido um impostor por tanto tempo que enganou até a si mesmo. ―