Ciclo de Rancor romance Capítulo 91

Ele não esperava que Deirdre chorasse em solidariedade ou passasse uma noite sem dormir quando ele estivesse doente, mas ela nem mostrou qualquer preocupação por ele. Ele se perguntou se ela queria que ele morresse da doença, para poder, finalmente, ficar com Sterling. 'Como pode esta mulher ser tão cruel!', ele suspirou.

Aproveitando o momento, Charlene jogou para trás o longo cabelo que cobria seu pescoço, enquanto tentava confortá-lo, dizendo:

― Não culpe Deirdre, Bren. Seu corpo sempre foi fraco, então suponho que ela não queria ser infectada. Além disso, ela não estava de bom humor... ―

Brendan estreitou os olhos ao ver as marcas no pescoço de Charlene:

― O que aconteceu com o seu pescoço? ―

O rosto de Charlene empalideceu abruptamente e ela cobriu o pescoço com os longos cabelos, mais uma vez:

― Nada... não foi nada... ―

― Você quer que eu fique insistindo? ―

Charlene mordeu o lábio inferior:

― Mas, não foi nada mesmo. Deirdre estava de mau humor, então era normal que ela descontasse em mim, está bem? Além disso, tive muita sorte que Sam apareceu em tempo hábil para parar me salvar dela. Então... não foi nada... ―

Charlene afirmou que estava tudo bem, mas Brendan podia ver terror e ansiedade mal escondidos em seus olhos. Então, o homem fez uma expressão de desgosto e ficou furioso. Pelo jeito, ele tinha mimado tanto Deirdre que ela achava que podia agredir Charlene e ficar impune.

Cego de raiva, o monstro puxou o cobertor e calçou os sapatos.

Escondendo um sorriso, Charlene disse, apressadamente:

― Onde você está indo, Bren? Você vai procurar Deirdre? Eu estou bem, sério! Só estou com um pouco de medo de que a ela possa fazer outra coisa da próxima vez, se for provocada... ―

― Como ela ousa!? ― Os olhos escuros de Brendan eram afiados como facas.

Ele saiu em passos largos e perguntou para Sam:

― Onde é o quarto de Deirdre? ―

Sam ficou surpreso quando viu a expressão de raiva de Brendan, mas não teve coragem de atrasá-lo:

― É o quarto no final do corredor. ―

Deirdre dormia quando Brendan chutou a porta. Pela dor de cabeça que sentiu ao despertar, soube que não tivera a oportunidade de dormir muito quando o barulhão a acordou. Ela ainda tentava entender o que poderia causar tamanha comoção, em um hospital, quando sentiu seu braço ser agarrado e quase esmagado por uma mão potente. Então, Brendan falou:

― Quem lhe deu o direito de ferir Charlene? Você viu como ficou o pescoço dela!? ―

Deirdre estava atordoada. O primeiro pensamento que surgiu em sua mente foi que Brendan estava acordado. O segundo pensamento foi:

'Ah, então acontece que ele está aqui, novamente, em uma expedição punitiva pelo meu crime...'

Ele parecia estar muito ansioso. Tinha acabado de acordar e se levantou, sem checar se sua situação era estável. Sempre cego pela fúria, não reparou na marca de dedos finos estampada no rosto mutilado de Charlene.

― Foi muito grave? ―

Brendan parou por um momento, pois não esperava que Deirdre fizesse essa pergunta. Seus olhos estavam queimando de fúria quando respondeu:

― Havia hematomas cobrindo o pescoço dela. Você é muito dissimulada, Deirdre! Você intimidou Charlene porque ela é gentil e inocente, não é? Você é perversa! ―

Deirdre riu e exibiu o rosto quente para Brendan:

― Você acreditaria em mim se eu dissesse que Charlene me deu um tapa primeiro? Por que eu não posso me defender? ―

A impressão da palma da mão em seu rosto parecia bastante séria e Brendan sentiu um nó na boca do estômago, mas ao pensar no que Deirdre havia feito, seu olhar ficou gelado e ele fez mais força para segurar o pulso de Deirdre.

― Então, você tentou matá-la porque ela bateu em você? Deirdre, parece que você ainda não sabe o seu lugar! ― O monstro a puxou para fora da cama e disse, com desprezo ― Quem você pensa que é? Você é apenas um brinquedo para o meu prazer! Charlene poderia até matá-la se quisesse! Bater em você não foi nada! Vá pedir desculpas, imediatamente! ― Sua voz era uma mistura de raiva e sentimentos pessoais e Deirdre tremeu.

Sem forças nas pernas, ela caiu e seu rosto ficou pálido de dor. Mesmo assim, o despeito era ainda maior, por isso, ela disse:

― E se eu não quiser? ―

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