Ciclo de Rancor romance Capítulo 958

Brendan se virou para um subalterno que acabara de voltar de uma checagem do lado de fora, com um olhar questionador. O paramilitar balançou a cabeça negativamente.

― Nenhuma outra passagem leva alguém para fora daqui, senhor. ―

Shea guardava a única entrada ou saída do edifício. Combinado com o fato de que cortar a perna de Charlene e tratar seu ferimento exigiria muito tempo, era quase impossível que essas pessoas pudessem ter ido embora, antes que Shea passasse a vigiar o saguão.

Brendan refletiu sobre as possibilidades e perguntou:

― Alguém verificou a cobertura? ―

― Mas se este é um edifício residencial, como poderia abrigar uma organização criminosa? ― Shea deixou a própria resposta no ar e saiu correndo.

Brendan imediatamente levou seu pessoal para o 11º andar.

― Aqui! Por aqui! ― Ela disse: ― Os apartamentos aqui estão todos vagos. Uma moradora disse que alguém se suicidou aqui no corredor e ninguém quis ficar aqui desde então. Se alguém se escondesse aqui... os residentes aqui não saberiam de nada. ―

Alguém verificou as fechaduras e relatou:

― Senhor, as fechaduras parecem ter sido michadas. ―

Os criminosos não tinham deixado o prédio, mas vieram do 7º para o 11º andar, escolhendo uma das unidades vagas para se esconder. Como Shea começou a procurar no 11º andar e não encontrou ninguém além da idosa moradora, ignorou completamente a área, assim que saiu para encontrar a origem do grito de Charlene.

Um dos homens arrombou a fechadura, destrancou-a e escancarou a porta com um pontapé.

O apartamento estava vazio e cheio de poeira, como qualquer outro que tivesse seus residentes mudados. A única coisa estranha era o fato de que as janelas estavam escancaradas e davam para a varanda de um edifício adjacente, a distância entre eles era inferior a 3 metros. Era quase fácil demais para servir de passagem para os criminosos.

Alguns dos membros da organização queriam pular, mas Brendan os impediu.

― Não. Já estamos muito atrasados. Eles escaparam. ―

Tudo o que os inimigos de Brendan fizeram fora calculado. Estavam preparados para a chance remota de que Charlene estivesse sendo seguida, então era óbvio que tinham a fuga planejada.

Brendan tinha certeza de que, quando invadiram o apartamento em que encontraram Charlene, essas pessoas já haviam fugido para o edifício vizinho, pela cobertura.

A expressão de Brendan endureceu. Ele teve uma briga com o homem misterioso por trás da conspiração e estava tão perto, mas a chance se foi.

― Eu perdi minha perna! Qual é o sentido de continuar a viver!? Eu quero morrer! ― Ela gritou, em lágrimas. ― Eu quero morrer! ―

Depois de não conseguir se livrar das enfermeiras e perder todas as forças, Charlene cobriu o rosto. Ela estremeceu como se estivesse sofrendo de síndrome de estresse pós traumático, em um flashback do trauma.

Então, quando Brendan parou ao lado dela, Charlene enterrou a cabeça em seus braços.

― Breeeeennnnn! Faça com que paguem por isso! Por favor! Eles são desumanos! Eu escolhi ficar do seu lado, decidi ir contra eles e me puniram serrando minha perna, enquanto eu via tudo! Eles não me deixaram fazer um som! Eles... Eles eram tão assustadores! ―

Brendan não respondeu à ação dela além do conforto verbal.

― Eu fui atrás deles. ―

Os olhos de Charlene se iluminaram.

― Você os pegou!? ―

― Eles fugiram. Eles conheciam bem o local. Mesmo com a entrada bloqueada, eles conseguiram escapar por uma janela. ―