― Quanto cuidado e atenção. Eu nem posso acreditar! ― Mesmo depois que Lúcia segurou Madame Brighthall pela mão e a levou embora, Deirdre permaneceu na porta do quarto da criança e continuou a olhar para dentro, independentemente de apenas distinguir borrões e contornos.
Brendan entrou no cômodo e ficou ao lado da jovem. Era um quarto pequeno, mas tinha brinquedos de todas as formas e tamanhos e um berço ornado por um móbile com elementos celestiais. O cuidado de Madame Brighthall era evidente. Ela estava preocupada que a neta pudesse não gostar de rosa tanto quanto ela esperava, então nas gavetas do armário, havia enxovais de outras cores.
― Você quer que eu descreva o que tem no quarto? ― O magnata perguntou, atencioso.
Deirdre assentiu e Brendan pegou a mão dela.
― Venha. Eu explico, enquanto você toca em tudo. ―
Ele segurou a ponta dos dedos dela, deixando-os estendidos para o móbile pendurado acima do berço.
― Nossa bebê vai dormir olhando para o céu noturno. Esta é a lua, as estrelas e os planetas. Este é o papel de parede. Ele é rosa, com padrões azuis. Por cima, ela colou desenhos de flores. Este é o berço. Mamãe costurou pessoalmente o edredom para ela. As cercas são bem altas. Acho que ela está preocupada que a criança seja do tipo travesso que sai do berço e cai feio. ―
A voz de Brendan era gentil enquanto guiava as mãos de Deirdre. A combinação da descrição com o tato fez com que a jovem conseguisse imaginar tudo com precisão, o que a emocionou.
Os olhos de Deirdre começaram a ficar vermelhos. Ela estava impressionada com o cuidado que Madame Brighthall tivera com o quarto. O carinho estava em toda parte, aquela atenção meticulosa e exata que mostrava a cada item e detalhe. Ela havia escolhido tudo sozinha. E ela mesma fez o resto.
Quando o passeio acabou, Brendan enxugou as lágrimas dos olhos da jovem com o polegar.
― Dee, não vou desperdiçar os esforços da minha mãe. Quando a criança nascer, vou trazê-la aqui e deixá-la ficar neste quarto por alguns dias. Depois disso, você está livre para levar o bebê para onde quiser. ―
Deirdre ficou atordoada e levantou a cabeça.
― Mas você ainda não me disse como vamos explicar isso a ela. ―
Os olhos de Brendan ficaram desanimados. O magnata não esperava que, àquela altura, Deirdre ainda insistisse em ir embora.
― Você não precisa se preocupar com isso. ―
Deirdre sentiu como se uma bomba nuclear tivesse sido detonada em sua cabeça. Seus joelhos fraquejaram e ela teria caído no chão, não fosse por Brendan, que abriu os braços e a segurou.
Aturdida, a jovem chorava em profusão.
― O que você quer dizer!? Diga que você está mentindo, Brendan. Diga que você está mentindo! ―
O silêncio de Brendan era alto e revelador.
Deirdre sentiu uma tontura se aproximando e, quando finalmente se recuperou, ouviu-o murmurar:
― Você não precisa se preocupar comigo usando minha mãe para fazer você se sentir culpada e ficar. Você será livre no momento em que a criança nascer. Sua liberdade é a única coisa que posso lhe dar. ―
Ele parecia plácido, mas, por baixo de sua falsa calma, podia-se ouvir o desamparo, mal disfarçado.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Ciclo de Rancor
triste não ter o final 🫠...
Cadê o restante?...
😣...
Terá mais capítulos?...
Gostaria de ler o restante do livro...