Contos Eróticos: O Ponto I romance Capítulo 143

—Me lembro que a abracei e disse que estava tudo bem. A levei para minha casa, tomamos sorvete, jogamos videogame com meu pai e juramos que nunca mais iriamos nos afastar…

—Você era a menina mais velha, a irmã que me protegia, que ensinava tudo que aprendia… e nos tornamos muito mais que isso com o tempo. E estou bem perto de quebrar nossa promessa…

—Eu tinha cinco anos! – rira Isadora, com as lágrimas escorrendo – Não era tão experiente quanto você faz parecer ser. Além disso, meu pai cuidou de nós duas nos distraindo com sorvete e pizza enquanto seus pais organizavam sua nova casa. Lembro de cada detalhe. Nunca vou me esquecer de nada.

—Você sempre esteve lá pra mim…

—E você sempre estava lá pra mim também. Não se esqueça quem decidiu se tornar a mais madura primeiro e aprender tudo mais rápido…

As duas riram entre as lágrimas e Isadora abraçara a loira, deitando a face no pescoço da amiga, sentindo pela última o perfume de seus cabelos e de sua pele. Para a nerd, era como se uma pedaço importante de si estivesse sendo tirado. Mesmo assim, desejava em primeiro plano que a amiga fosse feliz.

—Se o ama, siga seu coração, faça o que tem de fazer… – dissera Isadora segurando a face da outra com as duas mãos para encarar aquele olhos azuis uma vez mais – Onde quer que esteja, estarei sempre torcendo por você.

—Esse conselho vale para você também – retribuíra a loira – Sei que Leonel e você parecem não estar na mesma sintonia, mas tenho certeza de que logo encontrará outro que irá preencher esse espaço – emendara tocando o coração da mulata – Quando acontecer, não deixe a chance escapar. Ninguém merece ser mais feliz do que você e sabe que sempre pensei isso.

A nerd não dissera mais nada, apenas aproximara os poucos centímetros que afastavam as faces de ambas e quando seus narizes se tocaram, beijara a amiga nos lábios. Seus lábios carnudos e os da loira se provando pela última vez. Naquele momento não importavam as centenas de câmeras que apontavam para elas ou as centenas de pessoas passando ou ainda os conhecidos entre a multidão. Ou mesmo Ken. Era um beijo apaixonado, um beijo entre amantes, um beijo de despedida. Um beijo triste.

Quando os lábios se descolaram devagar, as lágrimas haviam desaparecido. Não havia razão para chorar, afinal, não mudaria as coisas. Ainda podiam sentir a respiração uma da outra e o sabor da saliva que tinham compartilhado. Isadora por, um breve momento, imaginara se não estava deixando que o grande amor verdadeiro de sua vida escapasse ali entre seus dedos.

Mas não era o caso, não daquela forma.

Ao se virarem para o lado, as duas viram Ken em pé bem próximo delas. O rapaz, para alguém que era herdeiro de um empresário multimilionário, se vestia de forma bem simples. Usava um suéter negro, calças jeans e tênis All-Star de cano baixo, como se fosse qualquer adolescente. Diferente da primeira vez que havia se encontrado com a nerd, essa noite o rapaz estava sem óculos.

—Isadora, não é? – dissera o japonês quase em um sussurro – Me lembro de você, nos conhecemos alguns meses atrás. Me perdoe por levar sua amiga dessa forma. Katie me falou muito sobre vocês, sei que são como irmãs.

—Cuide dela. E a faça feliz. É tudo que peço – respondera a mulata. Em sua garganta as palavras que pediam para que Katie ficasse ainda estavam presas.

O rapaz assentira com um gesto de cabeça e abraçara a loira pela cintura. Queria ter permissão para dizer mais e compartilhar com Isa as razões por suas atitudes, mas não podia. Seu mundo era assim, particular, secreto. E Katherine em breve faria para dele. E ficaria com ele. Para sempre.

—Se despeça de Leon por mim. E diga que me perdoe por não ter sido capaz de me abrir com ele e dizer tudo antes… – pedira a loira.

Isadora sorrira e concordara. Não seria fácil aquela conversa, mas era seu papel naquilo tudo, seu propósito como amiga de ambos. Katie e Leon eram mais que apenas amigos, eram depravados confidentes com centenas de histórias a serem lembradas. Se a loira tivesse tido aquela conversa com ele, o rapaz jamais a deixaria partir de verdade.

CXLII 1

CXLII 2

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