Contos Eróticos: O Ponto I romance Capítulo 144

A nerd caminhava a passos largos pelos jardins do campus da universidade. Levava consigo as duas bolsas rotineiras, uma para o notebook e outra com seus objetos pessoais. Na segunda bolsa havia um sanduíche natural que preparara antes de sair correndo do apartamento naquela manhã.

Desde que as aulas tinham começado, mal havia tempo para respirar. Café da manhã, almoço e jantar haviam se transformado em reuniões de estudos. O professor Harvey Stanthon, perito em Aprimoramentos de Inteligências Artificiais havia a nomeado como assistente de aula após ver Sylvia e Gyselle.

O homem ficara completamente impressionado com todo o potencial da nerd e a destacara dentre os estudantes como um caso de talento extremamente raro, alguém a ser seguida e reconhecida, segundo suas palavras.

Ser elogiada na frente de todos os alunos era bom, mas o que mais deixara a garota orgulhosa fora que, em uma conversa particular, o professor revelara conhecer Diego, pai de Isadora, há muitos anos. Dissera esperar muito vindo da jovem que o amigo sempre falava, mas que não lhe concederia crédito extra por ser filha do famoso cientista da computação.

—Todo o reconhecimento que receber deverá ser mérito seu – dissera ele.

E essas palavras faziam a garota se sentir nas nuvens ao ser elogiada.

Isso, claro, implicava prestar assistência a todos os alunos. E de repente era como se todos a amassem, lhe trazendo pilhas de projetos diariamente para que os auxiliasse. Ter atenção era bom, estudar dezoito horas por dia, nem tanto.

Diariamente, pela manhã, Isa se encontrava com outros alunos em uma lanchonete para revisar, analisar e aconselhar todo tipo de projetos. Estudantes de estudos e aprimoramentos em inteligência artificial, como ela, de robótica, de linguagens avançadas de programação, entre vários outros, acordavam muitas vezes às cinco da manhã para começarem suas atividades.

Separados eram as pessoas mais estranhas do mundo, verdadeiros nerds cujo único propósito na vida era estudar e se destacar com grandes descobertas cientificas de relevância para a humanidade. Juntos, eram como robôs, falavam em uma linguagem que as pessoas normais não conheciam e viam o mundo de formas que aqueles de fora do círculo jamais entenderiam.

Como dizia Richard, um dos novos amigos de Isadora, eles haviam nascido em uma era, mas viviam anos à frente. E não se adaptavam ao mundo atual.

Por fim, cansada da correria matinal daquele início de semana, a mulata se sentara em um dos bancos de pedra frios do jardim e suspirara. Aquele seria um dia cheio e precisava se concentrar. Colocara as duas bolsas de um lado e uma pilha de livros que carregava do outro.

Prendera os cabelos em um rabo de cavalo no alto da cabeça e arrumara os óculos na face. Vestia uma calça de lycra que usava para corridas de cor preta e confortáveis tênis brancos da Hello Kitty com detalhes cor-de-rosa. Quando acordara naquela manhã, vestira um suéter verde que ganhara há anos de sua mãe por conta do frio. Por baixo estava a camiseta do clube de nerds de sua sala, com o Digimon Guilmon estampado no peito como mascote.

Tinha alguns minutos antes de ir se encontrar com os outros alunos no Elvis World, um confortável café decorado por um grande entusiasta do cantor, onde o bando de nerds que conhecera se reunia todas as manhãs.

Aproveitaria aquele tempo para relaxar, se encontrar em meio ao caos qual vivia, caos que amava mais que tudo. Assim era sua vida e cabia a ela organizar cada detalhe. Fechara os olhos e respirara com calma.

CXLIII – Epílogo: Cada curva do destino 1

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Contos Eróticos: O Ponto I