Antologia Erótica romance Capítulo 34

Eu tinha só seis anos quando minha mãe se casou com ele, depois de vários namoros curtos que ela largava antes de eu me apegar, talvez por isso nunca vi em Nicolas uma figura paterna. Ele era só um homem que morava na minha casa e sempre chegava tarde, brigava com minha mãe e dormia no sofá.

Me lembro de acordar cedo no final de semana e ter que levantar seus braços para encontrar o controle da tv, pegar sucrilhos e sentar encostada no sofá, sempre aumentando o volume para abafar seus roncos.

Pra ajudar, minha mãe estava sempre bêbada, o que fazia eu me sentir completamente deslocada naquela casa velha. Com o tempo minha relação com eles ficou cada vez mais distante, exceto por uma ou outra vez que minha mãe precisava me levar ao médico ou quando os filhos de Nicolas vinham visitar e todos fingíamos ser uma família feliz.

Mas foi na adolescência que tudo mudou, eu não mexia mais nos seus membros para achar o controle da tv, ao invés disso eu observava seu corpo, grande, forte, gostoso e passava mais tempo pensando na sua ereção matinal do que estudando, foi uma sorte passar no vestibular do outro lado do país.

Fazia vários dias que eu não via o Nicolas. Passei o café e me sentei á mesa para comer, afastando com um guardanapo toda a sujeira e latas de cerveja de cima, quando minha mãe saiu do quarto carregando uma mala, ela a apoiou no chão para acendeu o cigarro, nem ao menos tinha me visto.

- Está indo embora?

-Jane? Nossa - ela levou a mão ao peito - você me assustou. Não sabia que estava em casa.

- São dez da manhã de uma terça-feira, porque não estaria?

- Eu não sei, não devia ter ido para a faculdade? Rio de Janeiro?

-São Paulo. A faculdade fica em São Paulo e só tenho que estar lá na segunda, vou sair no sábado. E você para onde vai?

- Ahn, sabe Jane - ela puxou uma cadeira mas desistiu de sentar, apenas se inclinou sobre o encosto, ela sorriu e percebi batom em seus dentes - às vezes os casais se amam tanto que acaba ficando sufocante, eu e o Nicolas...

- Não me importo que tenham terminado, perguntei caso precise de você pra algo.

- Você é maior agora, e mais adulta que eu, com certeza. Pode assinar seus próprios documentos. Você sempre se virou tão bem, meu orgulho de menina. Mas não se preocupe, eu te visito em São Paulo.

Ela não sabia nem o estado, com certeza não sabia o nome da faculdade ou a cidade que ficava, aquela era a última vez que eu a veria e no fundo estava feliz por isso. Mamãe parou na porta e me deu uma última olhada, nada de 'eu te amo', ao invés disso ela disse.

- Tem vinte pratas?

- Vai embora sem dinheiro?

- Consegui uma carona - ela deu de ombros.

Abri a bolsa e peguei uma nota de cinquenta, ela me prometeu que devolveria quando fosse me visitar e saiu, sem abraço ou beijo.

Passei os dias seguintes arrumando minhas coisas, jogando fora o que não servia, doando algumas coisas e embalando o que levaria comigo, na sexta a noite meu quarto estava totalmente vazio, até mesmo os lençóis estavam no porta malas. Troquei os forros de cama da minha mãe e decidi dormir por lá mesmo.

Horas mais tarde, eu estava quase pegando no sono quando ouvi a porta da frente abrir e passos pesados sobre o piso de metal, as chaves sendo postas no cinzeiro, estava tão sonolenta que nem me lembrei que estava no quarto dele, até a iluminação do corredor invadir o cômodo, fiquei em silêncio esperando que ele apenas pegasse o travesseiro e uma coberta e fosse dormir no sofá. mas senti a cama afundar ao meu lado quando ele se deitou com um suspiro pesado.

Eu já estava totalmente desperta, ele se virou e deve ter pensado que eu era ela, mesmo que eu não cheirasse a cigarros e perfume barato, porque me pegou pela cintura e me puxou para junto dele, fazendo meu bumbum bater em seu corpo, meu corpo todo se arrepiou ao sentir seu tórax rijo, Nicolas cheirou meu cabelo e esfregou o rosto nele, sua mão continuava em mim, acariciando minha barriga, descendo e subindo um pouco mais a cada movimento.

Apertei as coxas de excitação, eu devia ter dito algo nessa hora ou me levantado e ido embora, mas eu não consegui pensar no depois, só queria aquele corpo colado em mim, a respiração pesada esquentando minha nuca.

Sua mão desceu e abri a perna para recebê-la, ele tocou por cima da calcinha e soltei um gemido longo, Nicholas travou, congelado, sua mão ainda entre minhas pernas ficou tão imóvel que nem parecia real.

-Marisa?- disse baixo.

Fiquei em silêncio, ele escorregou a mão pelo meu corpo e aproveitei aquele último toque, Nicholas ainda não estava convencido, segurou meu seio e beliscou meu mamilo, era o que ele precisava para ter certeza.

Ele se levantou bruscamente, me sentei na cama e me virei para ele.

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