A casa Ronan era uma mansão vazia, fria e antiquada, os móveis estalavam a noite não me deixando dormir. Me virei na cama onde Theo dormia profundamente.
Ouvi passos no andar de baixo, me sentia patética, mas eu precisava descer, quebrar a cara mais uma vez pra aprender o meu lugar. Me olhei no espelho sob a luz da lua, o pijama preto e curto demais, sem calcinha ou sutiã por baixo para marcar.
Passei direto pelos chinelos, não queria acordar Theo, saí silenciosamente do quarto e desci as escadas, a única luz vinha do escritório, parei na porta e aguardei.
Ele estava de costas, tirando o relógio de pulso que deixou sobre uma prateleira antes de se virar.
Jane?
- Oi, Sr. Ronan.
- O que houve? Insônia de novo?
Eu assenti.
- E Theo?
- Roncando - eu ri - era mais fácil quando eu era criança e o Sr. lia para a gente dormir.
- Você está crescida para histórias infantis - ele sorriu, seus olhos continuavam nos meus - pronta para criar as suas.
- Infelizmente a única história que eu quero viver é impossível.
- Quer falar sobre isso? - ele tinha um tom condescendente que me fazia querer contar.
Eu assenti e entrei no cômodo, estava mais quente que o restante da casa, me deixando mais confortável. Henrique sentou na mesa, apoiando um pé no chão enquanto o outro balançava e me apontou para a cadeira em sua frente.
Eu adorava olhá-lo de baixo, desde muito pequena a admiração que eu tinha pelo Sr. Henrique era o principal motivo para dormir na casa do meu melhor amigo, esse sentimento evoluiu quando cheguei à adolescência.
Mas naquele momento eu não quis olhar de baixo. Andei de um lado a outro na frente dele.
- Não sei por onde começar.
- Sempre foi muito boa com as palavras e sabe que pode me falar qualquer coisa.
- Posso? - eu ri fraco.
- Bem, você é considerada adulta, agora. Não tenho que contar nada a seus pais.
Eu sorri e dei alguns passos na direção dele, Henrique ajeitou o corpo, parecia desconfortável, como se quisesse manter os pensamentos no lugar enquanto o corpo queria outra coisa.
- Você já se sentiu sozinho? Mesmo tendo a família e amigos por perto?
- Se sente assim? - eu concordei - a companhia que você quer é mais específica?
- É um jeito de descrever.
- O que posso dizer é que se você quer uma pessoa, não importa o que faça. Nenhuma outra companhia vai suprir a solidão.
- Isso não me ajuda muito.
- O que esperava ouvir?
- Que eu devia esquecer e seguir minha vida já que ele jamais ficaria comigo.
- Por que diz isso? - sua voz calma e sincera me acolhia.
Eu não consegui responder, respirei fundo e desviei o olhar. Henrique me conhecia a tanto tempo e tão bem que sabia que eu estava prestes a chorar.
- Hey, vem cá - ele andou até mim e me abraçou, passei os braços por baixo dos dele e agarrei sua camisa nas costas, afundando o rosto em seu peito como eu fazia quando caia e ralava o joelho - se ele não a quer, é ele quem está perdendo.
- Henrique ? - levantei os olhos para ele, sua testa franzida mostrava sua confusão em me ouvir chamá-lo pelo nome.
Fiquei nas pontas dos pés e o beijei, suas mãos seguraram meus ombros, apertando. Durou dois segundos até que ele me afastasse. Estava chocado com o que eu fiz.
Henrique me soltou lentamente e fiquei imóvel enquanto ele se virava, se afastando até a parede oposta.
- Eu sou como um pai para você - sua voz baixa saiu sem emoção.
- Mas não é, se eu e Theo não tivéssemos brincado na mesma gangorra naquele parque então você seria só um homem.
- Mas foi assim, você frequenta a minha casa desde os cinco anos, eu a vi chorar, rir, se sujar com a massa de biscoitos todo Natal - ele se virou para mim e seu rosto estava triste - eu a vi crescer.
- Você disse que ele tinha sorte.
Henrique suspirou pesadamente, estava pensativo, apertando o indicador nos lábios enquanto andava.
-Eu não posso.
Dei alguns passos até ele, Henrique se virou para mim com uma expressão confusa.
-Eu te amo, Henrique. Não é algo novo, eu só peço que fique comigo ao menos uma vez, com sorte, vou tirar essa ideia da cabeça.
Ele usou a ponta do dedo para descer uma alça de minha blusa.
- Como você prefere?
- Gentil.
Henrique se aproximou enquanto descia o nariz pelo meu pescoço, respirando meu perfume.
Me segurou firme e de repente, apertando minha cintura em um abraço enquanto sua boca atacava meu pescoço, soltei meu peso em seus braços e o envolvi com os meus.
Henrique desceu as mãos pelo meu corpo e agarrou minha bunda, a blusa desceu deixando meu seio exposto que ele abocanhou na mesma hora, sua língua no meu mamilo me fez arfar. Sentia que ia cair mas seu aperto me dava segurança.
Ele levantou o rosto e beijou a minha boca, agressivo e forte, me deixando desesperada também, passou sua mão entre nossos corpos e por dentro do meu shorts, seus dedos deslizaram com facilidade pelas dobras.
- Tão lisa.
- Agradeça os padrões de beleza da minha época.
Ele sorriu maldoso e forçou seu dedo para dentro, me segurei nele para não cair enquanto usava a força de seu braço para me castigar, quando parou estava ofegante.
- Você chupa?
Eu assenti, Henrique começou a abrir sua calça enquanto eu me ajoelhava prendendo o cabelo em um coque com uma mecha. Encarei sua pélvis, ansiosa para vê-lo, ele desceu a cueca e tocou seu pau em direção à minha boca que já estava pronta para recebê-lo.
Lambi sua ponta e glande devagar, mas esse Henrique não era paciente, ele forçou e eu o engoli quase até a metade, não cabia mais do que isso. Eu o olhava enquanto seu quadril se movia para frente, fodendo minha boca com força até eu engasgar.
Meus olhos lacrimejavam e eu mal podia enxergar, os fechei com força enquanto mantinha a boca aberta. Henrique acariciou minha bochecha onde sua ponta criava uma elevação quando entrava.
- Olhe para mim enquanto eu gozo.
Fiz o que ele pediu, embora decepcionada pela rapidez, Henrique estava indo com tudo, sua testa franzindo cada vez mais podia ser confundida com expressão de fúria. Senti seus jatos quentes encherem minha boca e continuei chupando, engolindo tudo. Ele segurou minha nuca e me afastou, lambi uma última gota em sua ponta e me sentei sobre os joelhos, como se aguardasse outra instrução.
Ele subiu a cueca mantendo a calça aberta.
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