Crise no Casamento! Primeiro amor, Fique Longe romance Capítulo 471

A voz de Bruno cessou de repente.

Vi seu corpo endurecer bruscamente, como se fosse um personagem de um mundo virtual que, de repente, travasse, tornando-se estranhamente irreal.

Ele permaneceu imóvel por alguns segundos, com os olhos avermelhados de raiva e uma dor indescritível estampada no olhar.

Rangendo os dentes, ele cambaleou para fora, e logo em seguida ouvi um som estrondoso vindo da direção do bar, como algo se partindo em pedaços, reverberando pelo ambiente.

Segui até lá e, como suspeitava, vi taças quebradas e vinho espalhados pelo chão. Não muito longe, o tapete também não havia sido poupado, manchado por respingos do líquido vermelho.

O homem que, há poucos instantes, exibia sua arrogância diante de mim, agora parecia uma criança desamparada. Ele apertava os punhos com força, enquanto encarava o caos no chão, com os braços tremendo incontrolavelmente.

Bruno, como se temesse ser visto naquela condição, cruzou os braços em frente ao peito num gesto de proteção. Ele olhou em minha direção, visivelmente desconfortável, e disse, com dificuldade:

— Assustei-te?

Balancei a cabeça, mas meus olhos ardiam ao encontrar os dele.

Durante minha gravidez de Dayane, pensei muito em Bruno. Nunca entendi como um homem que ansiava tanto por um filho pôde nos abandonar, a mim e à nossa filha. Mesmo quando entrei em trabalho de parto prematuro, ele não apareceu.

Minha mágoa ia além do sentimento. Havia uma teimosia, uma inquietação. Eu havia dito a ele que eu e o bebê esperaríamos no lugar onde recomeçamos, mas, mesmo assim, continuamos nos desencontrando. Não conseguia aceitar que ele escolhesse outra pessoa e depois voltasse a me escolher.

Para mim, a única explicação possível era a doença de Bruno. Ele não conseguia se afastar de Gisele. Sem essa justificativa, eu não conseguiria falar de forma calma e serena com Dayane sobre o pai dela.

O pai de Dayane não a rejeitou. Ele estava doente. Muito doente.

Pesquisei bastante sobre isso na internet e descobri que, quando as doenças emocionais se agravam, podiam se manifestar no corpo. Assim como agora, quando ele não conseguiu segurar as coisas e acabou derramando o vinho por toda parte.