DE REPENTE 30 e o presente foi um filho para o meu chefe. romance Capítulo 98

Archie Simons –

Todo mundo passa por um momento desses pelo menos uma vez na vida. No meu caso, não era a primeira, mas eu sabia que eu suportaria tudo de novo. Desde que a pessoa que estiver ao meu lado, não soltasse minha mão.

E foi o que Olívia fez.

Ela se posicionou a tudo, mostrando seu verdadeiro lado protetor. E naquele instante, entendi o quão forte ela havia sido em todo esse tempo. Desde a proteção e criação de Aron, até os dias de hoje.

“Ela é a mulher perfeita para mim” - Pensei.

Olívia segurou minha mão e foi até a sala do necrotério me guiando. Assim que paramos em frente a porta, ficamos por um instante de mãos dadas a encarando.

Ela então suspirou e se virou para me olhar.

—Bom, acho que agora você precisa entrar e dizer tudo o que precisa para ela antes de cremá-la! – Disse Olívia me deixando completamente assustado.

Esse era realmente meu último adeus? – Me questionei mentalmente, voltando a encarar a porta.

—Eu preciso mesmo fazer isso não é mesmo? – Perguntei voltando a encará-la.

—Sim! Acho que se não fizer, se arrependerá. Entre e dê o último ades! – Disse ela me encorajando.

Assenti com a cabeça e toquei na maçaneta para abrir a porta.

Como ela poderia ter sido deixada em um lugar como esse em tão pouco tempo?

Ela era a senhora Simons a instantes atrás, quando decidiu por si própria fazer essa cirurgia e assinar uma ordem de não ressuscitação. No que ela estava pensando quando fez isso?

Várias coisas passavam pela minha cabeça. Eu queria brigar, gritar com ela e esquecer por um tempo de que era ela a matriarca da família e de que eu deveria aceitar suas decisões. A questão era que, ainda naquele instante e não tive coragem de desacatá-la.

Suspirei e caminhei até a maca que estava em frente para a parede coberta por um imenso armário de metal.

O lugar era frio, escuro e vazio, independente de quantos corpos havia ali, ainda estava vazio.

—Não acredito que tenha aceitado isso! - Resmunguei escutando a porta abrir atrás de mim e um homem vestido de branco se aproximar.