O jardim agora estava repleto de extensos canteiros de rosas amarelas transplantadas por Késia. Jardineiros vinham regularmente cuidar das flores, e Arnaldo quase nunca se importou com isso; nos últimos tempos, por causa da pressa em suas idas e vindas, ele sequer tinha olhado direito para elas.
Naquele momento, as rosas balançavam graciosamente ao vento sob o entardecer.
“Arnaldo, se você gosta de tulipas, então podemos plantar tulipas em frente à nossa casa de casamento, tudo bem?”
No entanto, de repente, aquela Késia, que só tinha olhos e coração para ele, simplesmente desapareceu.
O amor que havia em seu olhar se dissipou, restando apenas uma indiferença sem fim.
“Arnaldo, você sabe qual é a minha flor preferida? É a rosa amarela.”
Ele não sabia.
Durante os quinze anos em que ela entrou em sua vida e o amou, parecia que ele nunca se importou com o que ela gostava.
Ele sempre achou que essas coisas não eram importantes... O que importava era tê-la como esposa, esse era o resultado que realmente valia.
“Senhor.” Corina parou atrás de Arnaldo, torcendo os dedos, um tanto apreensiva, e perguntou diretamente: “Foi a Geovana, aquela fofoqueira, que...”
De tanto xingar Geovana pelas costas, Corina quase deixou escapar um palavrão, mas conseguiu se controlar a tempo.
“Foi a Geovana que veio lhe falar mal de mim de novo?” Corina já tinha sido injustiçada por Geovana mais de uma vez, por isso revirou os olhos, esperando para ver qual seria a nova acusação injusta dessa vez.
A voz de Arnaldo soou baixa: “Você encontrou com a senhora hoje?”
Corina sabia muito bem que, quando o senhor mencionava a senhora, estava se referindo a Késia.
Mas, afinal, encontrar-se com a senhora não era nenhum crime.
Corina resolveu admitir: “Sim, senhor. Hoje almocei com a senhora. Levei para ela alguns itens pessoais do Ricardo e alguns livros, além do sachê que fica ao lado do travesseiro da Vânia.”
“Porque a Vânia anda muito sonolenta ultimamente, eu também achei aquele sachê estranho. A senhora disse que levaria para analisar os componentes. Só isso, nada mais!”
Corina falou apressada: “Senhor, não sei o que Geovana e as outras lhe disseram, mas, depois de quinze anos conhecendo a senhora, o senhor já deve ter uma boa ideia do caráter dela, não é?”
“……”
Arnaldo permaneceu em silêncio enquanto acendia um cigarro. A fumaça subiu entre seus dedos, tornando seu rosto difícil de decifrar por trás do véu branco.
Após um tempo, Arnaldo se virou para Corina e, com uma voz de comando irrecusável, ordenou:
Vendo isso, Késia apressou-se e ficou na frente daquela senhora ríspida.
“Flávia, esta é sua avó?” Ela quis confirmar a identidade da mulher com Flávia.
Dizem que o carinho dos avós é especial, mas ela não conseguia imaginar um avô ou avó tratando o neto com tamanha grosseria.
Até mesmo Rosana Rabelo, com toda sua fama de má, era carinhosa e amável com Vânia e Ricardo.
Flávia respondeu timidamente: “Sim, Sra. Cardoso, ela é minha avó...”
A senhora lançou a Késia um olhar atravessado e respondeu irritada: “O quê? Você achou que eu era uma sequestradora?”
Késia, sendo uma estranha, não achou apropriado se meter nos assuntos da família alheia e apenas observou enquanto a senhora levava Flávia embora.
Flávia acenou discretamente para se despedir de Késia, mas logo desapareceu dobrando a esquina, puxada pela avó.
Ricardo também havia descido do carro. Ao presenciar aquela cena, ficou desconfortável.
“Flávia é mesmo neta dela? Como pode tratar pior do que a um estranho? Não é de se admirar que Flávia seja tão magrinha. Aposto que não deixam ela comer carne em casa!”

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Depois da Tempestade, Chegou Meu Sol
Boa noite. Estou lendo o livro Depois da tempestade, quando tento comprar aparece uma nota dizendo para tentar mais tarde. Isso é muito incoveniente....