Destino Cruzado Não Soltar! ( Ângela Alves ) romance Capítulo 1180

"Pode ser que, por estarmos perto do fim do ano, a empresa esteja com mais trabalho", disse Felipe de forma casual, tentando cobrir por Vasco Martins.

Na verdade, Joana tinha viajado para o exterior, e ele tinha ido junto.

Manuela suspirou interiormente.

Ela e Sueli se sentiam como crianças deixadas para trás.

Mas ainda bem que tinham Nilo, Galeno, e Tio Ramalho para lhes fazer companhia, isso diminuía a tristeza.

"Todo mundo canta que mãe é insubstituível, mas ninguém canta que pai é insubstituível, e há uma razão para isso."

"Meu pai é incrível", disse Nilo.

"Meu pai é o melhor pai do mundo", declarou Galeno.

Ramalho tomou um gole do caldo e disse, "Meu velho também é muito bom, mas ele também é muito ocupado, tem um monte de coisas para cuidar na empresa."

Manuela fez uma careta, "De qualquer forma, os pais nunca são tão bons quanto as mães. Noventa por cento das mães são ótimas, mas só cinquenta por cento dos pais são bons."

Ramalho deu de ombros, "Talvez seja algo determinado pela biologia dos mamíferos, já que na natureza, os machos geralmente não cuidam dos filhos."

Manuela inflou as bochechas, "Os pais pássaros são responsáveis, cuidam da mãe e dos filhos. Os mamíferos são piores que os pássaros, que exagero."

Sueli balançou a cabeça, "Os mamíferos não são necessariamente mais inteligentes que os pássaros, afinal, os pássaros podem aprender a falar, coisa que mamíferos não fazem."

Manuela concordou, "Isso mesmo, os pais pássaros são ótimos, nunca traem a família. Os humanos são uma pena, uma evolução falha, nem chegam aos pés dos pássaros."

Felipe se engasgou, como essas crianças podiam exagerar tanto?

"O que vocês estão dizendo aplica-se apenas a uma parte da humanidade, a maioria das pessoas é boa. Em todas as espécies há exceções, seja entre mamíferos, pássaros ou humanos."

Galeno disse, "Meu Dudu é super inteligente, fala um monte de coisas. Amanhã eu trago ele para brincar com vocês."

A vó comeu um pedaço de acarajé e então falou lentamente, "Felipe, amanhã é o dia de lembrança do Noe, leve o Nilo e o Galeno para visitá-lo, leve dinheiro e brinquedos para queimar. Ângela fica em casa, ela não precisa ir."

Depois do jantar, Galeno foi até o quarto de Nilo, fechou a porta e perguntou baixinho, "Você e Tio Felipe ainda visitam esse lugar frequentemente?"

Nilo assentiu, "Sim, todo ano no dia de lembrança do Noe nós vamos visitá-lo, no Dia de Finados nós limpamos o túmulo, e no Dia dos Mortos nós queimamos papel para ele. Papai e vovó se importam muito com Noe."

O coração de Galeno apertou levemente, pensando bem, talvez a mãe dele estivesse certa ao pedir para ele recuperar sua identidade.

Caso contrário, Tio Felipe continuaria visitando o túmulo de uma criança que ele não conhecia.

"Se eu voltar, aquele túmulo vai ser...?"

Nilo entendeu o que ele queria dizer, "Claro, vamos ter que desmontá-lo, mover a criança para um cemitério público. O cemitério da família Martins é só para os membros da família Martins."

Galeno coçou a cabeça.

"Eu definitivamente não quero ir amanhã, não estou nem um pouco afim de prestar homenagem a mim mesmo, afinal, eu ainda estou vivinho da silva."