Destino Cruzado Não Soltar! ( Ângela Alves ) romance Capítulo 1264

"Você nunca me perdoou de verdade, né?"

"Sim." Ângela respondeu sem hesitar e de forma direta, "Você não tem o direito de ser o pai do Noe, para ele, você é um pai incompetente. Mesmo se ele ainda estivesse vivo, mesmo se alguém o tivesse salvo, você não seria mais o pai dele, mas sim a pessoa que salvou sua vida. A gratidão por criar é maior do que por dar à vida. E você nem mesmo tem isso, você só contribuiu com um espermatozoide, e por inseminação artificial."

Felipe sentiu um calafrio nos ombros, como se tivesse recebido um golpe surpresa.

Ele sabia, ela nunca o havia perdoado de verdade, nem Noe.

Um silêncio gelado se instalou na cafeteria.

Ângela percebeu que suas palavras haviam sido duras demais e suavizou o tom instintivamente.

"É o primeiro Réveillon do Galeno no Rio, eu espero que ele possa se divertir. As crianças têm suas próprias ideias, como pais, devemos respeitar seus pensamentos e desejos, não podemos forçá-los a nos obedecer, senão só vamos reforçar sua rebeldia."

Dito isso, ela saiu.

Felipe ficou sentado na cafeteria por muito tempo antes de ir ao quarto do Galeno.

Galeno estava deitado no sofá, abatido, como uma berinjela atingida pela geada.

Ao ver Felipe, ele imediatamente inflou as bochechas.

"O tio Felipe é um vilão, eu odeio o tio Felipe."

Felipe tirou do bolso um saco selado contendo fios de cabelo.

"Estou devolvendo."

Os olhos de Galeno brilharam, e ele se levantou do sofá, agarrando o saco.

"Isso é mesmo o meu cabelo?"

Não era uma troca secreta, era?

Felipe bagunçou o cabelo dele, "Eu nunca minto para as crianças."

Galeno finalmente sentiu um peso saindo de seus ombros.

Com certeza foi a mamãe que foi falar com ele.

Às vezes, o que se perdeu nunca pode ser recuperado.

"Garoto, eu respeitarei sua decisão, tente se divertir mais, sem mais lágrimas."

Ele saiu.

Galeno voltou a se animar, tirando suas pequenas roupas da mala e pendurando-as no armário novamente.

Quando Felipe chegou à porta da escada, algo lhe ocorreu, e ele foi até a sala de segurança.

"A senhora esteve aqui?"

O segurança acenou com a cabeça, "Ela veio, com o pequeno Senhor, disse que perdeu sua pulseira e queria verificar as câmeras."

"Saia, vou dar uma olhada nas câmeras." Disse Felipe, com voz firme.