Dom Alfa e a sua substituta humana romance Capítulo 729

A mulher levanta o queixo para mim e aponta com a cabeça para a porta, colocando as mãos firmemente nos quadris. -Vamos, garoto.

-Com licença,- Rafe diz, os ombros baixos em agressão enquanto lentamente se levanta. -Você gostaria de explicar quem diabos você é?

-Oh,- a mulher diz, dando um sorriso lento e satisfeito enquanto seus olhos se movem para Rafe. -Eu não sabia que príncipes da coroa respondiam ao apelido 'garoto'.- Seu sorriso se aprofunda enquanto Rafe se irrita. -Mas infelizmente, eu não estava falando com você.

Ela volta os olhos para mim enquanto eu apenas... a encaro.

-Levante-se-, ela diz, seu pé se esticando e dando um chute na minha cadeira. -Hora das suas aulas, Clark.

-Mas,- eu digo, procurando meu horário. -Eu tenho...espionagem agendada? Até a aula de química esta tarde?

-Sim-, ela diz, seu rosto se abrindo em um sorriso brilhante. -É para isso que estou aqui.

-Mas

-Chega de perguntas-, ela suspira, estendendo a mão e envolvendo minha parte superior do braço, me puxando para meus pés. Mas no momento em que ela me toca, a sala se divide com o som de quatro rosnados Alpha ferozes. A mulher fica completamente imóvel e apenas olha em volta para a mesa.

Eu também, um pouco chocado ao ver Rafe, Jesse, Luca e Jackson de pé, cada um com os dentes à mostra. Ben apenas permanece em sua cadeira, olhando em volta para o grupo, chocado.

-Bem, bem-, diz a mulher, ofegante e confiante mesmo que permaneça perfeitamente imóvel. -Você realmente treinou bem seus garotos.

-Mãos. Longe.- Rafe rosna, movendo-se ao redor da mesa para encarar a mulher.

Ela solta meu braço, levantando as mãos para que ele possa vê-las, rindo um pouco e me chocando ao parecer quase encantada. -Sim senhor, grande e assustador Alpha-, ela diz, olhando para cima para o meu irmão através de seus cílios. -Embora eu esteja tentada a ver o que aconteceria se eu não fizesse. Parece que você e eu poderíamos nos divertir muito.

-Quem diabos é você?- Rafe rosna, ignorando suas provocações e se inclinando sobre ela, claramente tentando usar seu tamanho físico para assustá-la. Um olhar para a mesa mostra que Jackson tem os olhos em mim, segurando sua cadeira tão forte que tenho medo que ele a quebre. Luca se apoia com força nas palmas das mãos, tão tenso que parece quase pronto para pular sobre a mesa.

-Eu sou Faiza-, responde a mulher, totalmente calma, lançando um olhar divertido na minha direção enquanto tira um pedaço de papel do bolso.

Rafe tenta pegar o papel e eu respiro fundo quando, muito rápido, a mulher se move. Honestamente, não consigo ver suas ações precisas - não faço ideia do que ela faz - mas de repente ela está atrás de Rafe, chutando a perna dele para que ele grite de dor ao cair de joelhos

Eu grito em protesto quando uma mão de repente se fecha em seu cabelo, o pedaço de papel ainda amassado nele, e então há uma faca em sua garganta

-Pare!- Eu grito, minhas mãos indo para frente enquanto tropeço desesperadamente em direção ao meu irmão.

A mulher me ignora enquanto Rafe fica totalmente imóvel - suas mãos posicionadas na frente dele - a faca pressionada firmemente contra sua maçã de Adão.

Os garotos na mesa se lançam para frente, mas eu coloco uma mão em direção a eles com outro grito para parar. Eles congelam e a mulher olha para mim novamente com um sorriso.

-Diga ao seu primo para nunca, jamais tentar novamente pegar um papel da minha mão-, diz ela, devagar e satisfeita. -É rude.

-Ele pode te ouvir-, rosno.

Ela ri, sorrindo para mim. -Eu suponho que ele pode.- Ela olha para baixo para Rafe, virando a cabeça considerativamente. -Eu sou a professora do Cadete Clark, seu protetor exagerado. Agora você vai me atacar se eu te soltar?

-Bem guardado, não é?- ela diz, sua voz um ronronar satisfeito.

-Você deveria ter cuidado com eles,- eu digo, hesitante, sem saber até onde ir com essa mulher. -Eles não estão brincando quando se trata de garantir que eu esteja seguro.

-Uma postura que certamente te tornou fraco,- ela diz, soltando imediatamente meu braço enquanto saímos para a escuridão do corredor. Eu pauso um pouco em meus passos, surpreso por suas palavras, mas então me apresso para acompanhar.

-O quê? Como isso poderia me tornar fraco?- eu pergunto, jogando uma mão de volta para a porta do corredor. -Eu tenho quatro dos Alfas mais poderosos da nação prontos para te despedaçar com uma única palavra minha!

-O que eu adoro por você, aliás,- ela diz, rindo e me dando outro sorriso enquanto atravessamos uma porta que leva a uma escada que desce em espiral, em direção aos ginásios menores como o onde eu praticava arco e tiro com o Capitão. -Mas, o que acontece em uma situação como essa? Quando você está completamente sozinho? Porque, quero dizer, eu poderia absolutamente te matar agora mesmo.

Eu pauso, ficando imóvel enquanto uma onda de medo passa por mim, me perguntando se...

-Oh, vamos,- ela diz, revirando os olhos e descendo rapidamente os degraus, me fazendo trotar para acompanhar. -Se eu fosse fazer isso, já teria acontecido, e você não teria visto vindo. Temos trabalho a fazer.

Eu franzo um pouco a testa, mas entendo o ponto dela - na ausência de todos os meus grandes defensores, eu realmente estou vulnerável.

-É por isso que Neumann te enviou?- eu pergunto, seguindo-a um pouco mais animado para a sala no final das escadas. -Para me ensinar a me defender?

-Neumann me enviou,- Faiza diz lentamente, virando-se para mim enquanto chegamos a uma porta branca e ela a empurra para revelar um pequeno ginásio com um homem esperando dentro, sentado no chão. -Para te transformar no espião que você é capaz de ser. O que,- ela se aproxima aqui, olhando para mim e então levantando uma mão para me acariciar carinhosamente na bochecha, -se você pode comandar uma matilha de Alfas assim, mesmo que você tenha pouco mais de cinco pés e seja mais fraco que um gatinho? Acho que vai ser um espião muito interessante.

Com uma pequena risada sombria, Faiza desliza sua mão da minha bochecha para as minhas costas e me dá um pequeno empurrão para dentro da sala.