Dom Alfa e a sua substituta humana romance Capítulo 771

Três horas depois, tudo mudou.

Ainda estamos na sala, tendo avisado aos nossos professores que estamos todos...indispostos para o dia. Mas a mãe está sentada em um almofadão no chão com a cabeça escura de Rafe em seu colo, acariciando suavemente o cabelo de seu favorito enquanto ele repousa sobre uma série de cobertores macios que ela nos fez espalhar para ele. E mesmo que a mãe o tenha curado praticamente no momento em que entrou cambaleando pela porta, ela ainda insiste que Rafe não seja movido - que ele seja intensamente mimado exatamente onde está.

Felizmente, como a princesa traumatizada, também me beneficiei muito das atenções da Rainha. Mas sua administração terminou no momento em que percebeu que eu estava fisicamente bem e preferia ter algo para fazer do que ser mimada. Desde então, meu trabalho tem sido buscar mais e mais pratos de comida conforme saem do monta-cargas e levá-los até a mesa de café já sobrecarregada.

-Meus pobres bebês-, murmura a mãe, olhando entre nós enquanto eu coloco um prato de sanduíches. -Que dia vocês tiveram.

-Estamos bem, mãe-, suspira Rafe, com os olhos levemente fechados. -Você vai ter que parar de se preocupar em algum momento.

-Nunca-, ela suspira, bastante doce, me fazendo sorrir enquanto se inclina para frente e dá um beijo na cabeça de Rafe.

-Oh, deixe ele levantar, Ella-, diz Cora do seu lugar perto da porta, onde ela, Jesse e Jacks já estão encaixando uma nova porta no buraco deixado pela última. -Honestamente, ele é um garotão e você o curou completamente

-Ele é apenas uma pequena almôndega ferida-, corrige a mãe, soltando um suspiro agudo enquanto envolve os braços em torno de seu gigantesco filho, tentando segurá-lo o mais apertado que pode. -Ele não pode ajudar, ele está machucado.

-Ah, seja lá o que for-, diz Cora, rindo um pouco das palhaçadas da mãe enquanto entrega os parafusos para Jackson conforme necessário.

-De onde tiramos uma porta tão rápido?- pergunto, com as mãos nos quadris enquanto o sino do monta-cargas toca novamente. -E quantos pratos de comida você mandou subir?

-Todos-, diz a mãe, com a voz firme e decidida. -Eu pedi seis de tudo na cozinha, até mesmo do fundo do freezer. A almôndega precisa recuperar as forças e deve ter tantas opções quanto quiser.

-Mãe, eu estou bem-, Rafe diz, abrindo os olhos e rindo. -E pare de me chamar de almôndega.

-Novamente, nunca-, ela suspira, tocando levemente no nariz dele e me fazendo rir enquanto ele faz careta. -E eu vou decidir quando você estiver bem, fofinho.

-Não estou reclamando das opções de comida-, murmura Jackson, olhando ansiosamente para toda a comida enquanto eu me dirijo novamente ao monta-cargas. Ele ainda não comeu e, através de mim, ele deu a Rafe mais de sua força para acelerar sua cura antes da chegada da mãe. Então, enquanto todos nós perdemos o café da manhã, acho que Jackson está se sentindo particularmente faminto. Através do vínculo, consigo basicamente sentir seu estômago roncar.

-Ok, nós o pegamos-, diz Luca da porta enquanto Cora aperta o último parafuso e Jesse dá um balanço experimental na porta. Todos nós nos viramos para ver Tony parado entre Ben e Luca, parecendo completamente confuso.

-Um, oi?- Tony diz, olhando ao redor da sala. -Uau, lugar legal além da...destruição da porta. Ser realeza aparentemente tem suas vantagens.

-Oi, Tony!- chamo, levando um prato de bolinhos até a mesa. -Você quer almoçar?- Faço um gesto para o nosso amplo buffet, que provavelmente tem mais comida do que essa equipe de Alfas famintos pode comer.

-O príncipe está deitado no chão em algo que parece...- Tony entra na sala, olhando ao redor de toda a madeira estilhaçada, -uma explosão de fábrica de fósforos. E você quer que eu entre e...almoce?

-Sim!- A mãe diz, sorrindo para Tony como se achasse ele engraçado.

-Oi, eu sou Cora-, Cora diz, espiando de trás da porta e estendendo a mão para Tony. -Sou mãe do Jesse.

Luca dá uma risada. -Sua primeira vez nesta sala-, ele diz, um pouco de rosnado territorial em sua voz, -e você se sente confortável em dar uma ordem sobre quem pode e quem não pode estar aqui?

-Olha, não é nada pessoal, Grant-, diz Tony, cruzando o tornozelo sobre o joelho, aparentemente perfeitamente à vontade enquanto olha para Luca, aquele sorriso confiante ainda em seus lábios. -É só que não me sinto perfeitamente confortável em compartilhar meus segredos mais sombrios com você só porque é o namorado da Ariel.

-Namorado da Ariel, sou eu?- Luca diz lentamente, virando-se para me olhar com as mãos nos quadris. -Parece que houve alguns desenvolvimentos em nosso pequeno círculo de confiança dos quais eu não fui devidamente informado.

Faço uma careta porque... eu meio que esqueci de contar para ele.

-Ainda assim, se Tony não está confortável-, diz Cora, sua boca torcendo um pouco enquanto dá de ombros. -Acho que está decidido.

Coro um pouco ao me virar para Luca, enviando-lhe um pequeno pulso de desculpas através do nosso vínculo. Vou te contar tudo o que puder, prometo falando com ele mentalmente, enviando afeto caloroso junto com minhas palavras. Vou te chamar para o jantar, ok?

Luca sorri um pouco e então assente, aceitando sua derrota e me puxando para um abraço e um beijo no topo da minha cabeça antes de seguir com Ben em direção à porta. Ben se despede, suas palavras um pouco abafadas pelos bolinhos já enfiados em sua boca, e então ambos desaparecem pela nossa nova porta - que parece estranha para mim na entrada. Muito brilhante e polida. Suspiro um pouco, já nostálgico pela porta antiga, lamentando que tenha sido destruída pelos meus amigos para poderem entrar.

Me jogo ao lado de Jackson, apoiando meu peso nele enquanto alcanço um biscoito na mesa. Passivamente, Jackson envolve um braço em volta das minhas costas, seus dedos se enganchando em meu quadril e me puxando para mais perto.

-Então...- Tony murmura, um pouco encantado, olhando entre Jackson e eu. -Isso é...diferente...