Ela era a caloura dele, tinham o mesmo nível acadêmico, eram ambos médicos e compartilhavam interesses em comum. Com certeza, seria mais adequado ficar com ela do que com Marília.
Quanto mais Marília pensava nisso, mais se sentia desconfortável. Até o fato de estar naquele quarto parecia sufocante.
Os três estavam conversando sobre o trabalho, e ela se sentia completamente deslocada.
Não demorou muito até Marília falar:
— Tenho algo a fazer, vou embora.
Ela se levantou e saiu.
Leandro, de repente, a chamou:
— Eu também vou descer, vamos juntos.
Marília parou, e uma sensação de alegria inesperada surgiu dentro dela. Ela assentiu rapidamente:
— Tá bom!
...
Marília seguiu Leandro escada abaixo.
Ela estava nervosa e apreensiva e, várias vezes, tentou iniciar uma conversa, mas, ao olhar para o perfil dele, frio e distante, as palavras de aproximação simplesmente não lhe vinham à mente.
Quando saíram do prédio do hospital e chegaram perto do canteiro de flores, Leandro finalmente parou.
Marília também parou.
— Você tem algo para me dizer?
Leandro assentiu com a cabeça e se virou para ela.
Marília olhou para o rosto bonito e impassível dele. Depois de um tempo sem vê-lo, ela também tinha algo a dizer.
— O que você quer me dizer?
Ela sentia uma certa expectativa, como se, ao vê-lo, todas as angústias e tensões dos últimos dias começassem a se dissipar.
Leandro observou a alegria que ela tentava esconder nos olhos e disse, com frieza:
— Não volte mais ao hospital.
Marília ficou parada por um momento, e o sorriso que ela carregava foi desaparecendo lentamente de seu rosto.
Leandro continuou:
— Não se aproxime mais de Diógenes!
Ela era uma praga. Havia machucado Leandro e quase havia feito com que seus colegas perdessem a vida!
Marília se sentiu extremamente culpada.
— Eu vou embora.
Ela deu meia-volta e saiu rapidamente, deixando o hospital o mais rápido possível.
Leandro ficou parado no mesmo lugar por um bom tempo antes de voltar para o ambulatório.
...
Depois de sair, Marília retirou o número de Anselmo da lista de bloqueados e ligou para ele.
Mas ele não atendeu.
Tentou várias vezes, e todas as tentativas foram em vão.
Ela sabia que ele estava evitando atendê-la.
Marília ligou para Tainá, que lhe disse que Anselmo estava em casa e que seus pais não estavam. Imediatamente, ela chamou um carro e foi até lá.
Anselmo já sabia que ela voltaria. Ele estava tranquilamente sentado no sofá, tomando café, esperando por ela.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Ela é o Oceano, Eu Sou o Náufrago
Tantos dias sem atualizações, como q da sequência em livros assim ? Cê tá Loko ....