Mas ele ainda não se lembrava dela!
Três anos atrás, ele sofreu um acidente de carro, ficou cego e soube que seu primeiro amor tinha ido para o exterior.
Ela chegou!
Naquela época, a avó Amaral, em seu leito de morte, usou suas conexões para que ela se casasse com a família Guimarães.
No início, Nereu sentiu muita repulsa por ela, mas, depois, por causa dos planos do avô Guimarães, eles acabaram se tornando um casal de verdade. A partir daí, começaram as constantes cobranças para terem filhos, e foi assim que Nereu passou a ter uma vida conjugal regular com ela, duas vezes por mês.
Ela se lembrava de que, no segundo ano de casamento, os olhos de Nereu finalmente foram curados. Quando ele a olhou, todo seu corpo emanava frieza e seu rosto era puro desprezo.
Ela pensou que conseguiria aquecê-lo.
No entanto, descobriu que a chama não estava nela.
O telefone tocou mais uma vez, trazendo-a de volta à realidade.
Juliana atendeu; do outro lado, disseram apenas duas frases antes de desligar.
Quem a chamava era justamente a Sra. Guimarães, pedindo que ela voltasse imediatamente à antiga mansão da família.
Ela teve um mau pressentimento, mas não teve tempo de pensar muito; levantou-se depressa da cama.
Às quatro da tarde, Juliana já estava de volta à antiga mansão da família Guimarães.
A família Guimarães era uma das mais tradicionais e influentes de Planalto de Olinda. Possuía grande patrimônio, e o velho Sr. Guimarães tinha dois filhos e duas filhas. Nereu era o neto mais velho da primeira linhagem, naturalmente o mais valorizado.
Quando Juliana entrou no salão, a Sra. Guimarães se levantou imediatamente.
Ela lançou um olhar feroz para Juliana:
— Foi você quem reclamou para o papai, não foi? Nunca imaginei que, sendo tão quieta normalmente, fosse agir de forma tão traiçoeira desta vez.
Juliana olhou para a sogra, cheia de hostilidade, e respondeu calmamente:
— Sra. Guimarães, não sei do que a senhora está falando.
— Nereu está no escritório, sendo castigado.
Com um olhar, ela ordenou que o mordomo levasse Juliana para o andar de cima.
Perto do escritório, já se ouviam vozes alteradas.
— Seu ingrato, ainda tem coragem de me responder? Quer me matar de raiva?
O velho Sr. Guimarães repreendia o neto a portas fechadas, quase tendo um colapso.
— Vovô, fruto forçado não é doce. O senhor não tinha prometido que, se Juliana não engravidasse em três anos, eu poderia me divorciar e casar de novo?
— Seu moleque, ainda quer se divorciar? Por enquanto vocês ainda são marido e mulher, não permito que continue com esses rumores sobre você e aquela tal de Vitória. Imediatamente quero um pronunciamento público esclarecendo isso!
— O que dizem na internet eu não posso controlar, por que o senhor se importa tanto com isso, vovô?
— Vou te dar uma surra!
Ela acrescentou:
— Podemos dar entrada nos papéis primeiro. Quando for conveniente, você conta ao vovô.
Ele ficou em silêncio por alguns segundos antes de perguntar:
— O que você quer como compensação?
— Não preciso de nada. Que tudo termine bem, é o suficiente. Este é o acordo de divórcio que elaborei. — Ela falou com leveza, sem hesitação, tirando o documento da bolsa e colocando-o sobre a mesa.
Nereu zombou, olhando para ela friamente:
— Já que você entendeu seu lugar, não vou ser injusto. Amanhã de manhã, procure-me na empresa para assinarmos. Vou pedir ao jurídico que prepare o acordo.
Ou seja, o que estaria no acordo de divórcio ainda dependeria dele.
— Certo, estarei lá! — Juliana respondeu sem expressão, lançando-lhe um último olhar antes de sair do escritório.
Para ela, terminar de forma civilizada era o melhor desfecho para aquele casamento.
Juliana ficou para jantar na Mansão Guimarães e, ao sair, abraçou o avô Guimarães antes de se preparar para ir embora de carro.
Naquele momento, começou a chover repentinamente, a água caindo fina como lamento.
Ela caminhou alguns passos, quando de repente sentiu uma forte dor no abdômen e um calor úmido escorrendo por suas pernas.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Elas Não Merecem Suas Lágrimas
Como ganho bônus para continuar a leitura...