Elas Não Merecem Suas Lágrimas romance Capítulo 30

Ouvindo os comentários ao redor e as palmas que gradualmente aumentavam, o sorriso no rosto de Vitória tornava-se cada vez mais confiante e vaidoso.

Pelo canto dos olhos, ela ainda lançava olhares quase imperceptíveis na direção de Juliana e Clarinda, carregando um leve tom de provocação difícil de notar.

Clarinda torceu os lábios e murmurou para Juliana:

— Que encenação… Arrasta mais do que serraria, só consegue enganar quem não entende nada.

Após o término da apresentação de Vitória, o apresentador, com um tom entusiasmado, convidou a próxima artista.

— Em seguida, teremos a honra de receber uma artista de peso vinda da República Esmeralda! Ela é conhecida como o rouxinol da República Esmeralda, uma cantora de renome internacional. Recebam com calorosas palmas — Sra. Mariana!

O salão explodiu em aplausos e exclamações ainda mais intensos que antes.

O nome de Sra. Mariana era reconhecido internacionalmente; além de se apresentar nos palcos nacionais, ela jamais aceitara convites particulares.

Conseguir sua presença na celebração era prova clara da influência e das conexões da família Guimarães.

Surgiu então no palco uma senhora de porte imponente e presença majestosa.

Ela vestia um elegante vestido longo em tom escuro, exibia um sorriso afável no rosto e cumprimentou a todos com algumas palavras em francês impecável.

Mesmo com palavras simples, sua fala exalava musicalidade operística. Em seguida, ela sinalizou para que a música começasse, preparando-se para cantar.

Com o início da introdução, Mariana fechou os olhos, inspirou profundamente e, então, abriu a boca suavemente.

— Ah...

Apenas uma sílaba, mas parecia carregada de magia, capturando instantaneamente a atenção de todos.

A voz de Mariana era poderosa, cristalina e penetrante, como se pudesse atingir o âmago da alma.

Todos ficaram extasiados diante do canto de Mariana; o salão mergulhou em silêncio absoluto.

Aquela voz celestial ecoava pelo salão de festas.

Vitória, que antes se orgulhava de sua performance ao violino, empalideceu ao ouvir o canto de Mariana.

Como podia aquela mulher corpulenta ser tão extraordinária?

Não, de jeito nenhum poderia permitir que aquela mulher lhe roubasse o protagonismo!

Um brilho sombrio passou pelos olhos de Vitória.

No auge do canto de Mariana, de repente, as luzes do salão se apagaram.

O ambiente mergulhou na escuridão, com apenas as luzes de emergência se acendendo.

A música cessou abruptamente, assim como o canto de Mariana.

A melodia do piano acompanhava magistralmente a canção de Mariana; todos, mais uma vez, estavam enfeitiçados, imersos na atmosfera criada pela música e pelo canto.

Esqueceram-se da escuridão, do medo, restando apenas emoção e deslumbramento.

As luzes se acenderam novamente.

E, para surpresa de todos, no palco, diante do piano de cauda branco, quem dedilhava com maestria as teclas era — Juliana!

Naquele momento, ela parecia uma deusa banhada pelo luar, pura e deslumbrante.

Mais impressionante ainda: Juliana tocava de olhos fechados!

Seus delicados dedos dançavam com precisão sobre as teclas, cada nota executada com perfeição.

Cada melodia tocava o coração dos ouvintes, como se ela não estivesse apenas tocando, mas deixando sua alma cantar através do piano.

Tocando de olhos vendados!

Era mesmo uma apresentação de olhos fechados!

Todos ficaram atônitos com a performance de Juliana, mal acreditando no que viam.

Nereu Guimarães também arregalou os olhos, surpreso.