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Elas Não Merecem Suas Lágrimas romance Capítulo 76

— Pá!

Um estrondo de tapa ecoou quando uma bofetada violenta atingiu o rosto de Vitória.

Vitória virou o rosto com o impacto, o canto da boca logo se tingiu de sangue e uma ardência intensa queimou sua face.

Ela levou a mão à bochecha, olhando incrédula para o próprio pai.

— Pai...

— Você ainda tem coragem de me chamar de pai! — Zélio tremia de raiva, apontando o dedo para o rosto dela.

— Tudo isso é culpa sua! Que vergonha para esta família!

Ele atirou a pasta de trabalho com força no chão, espalhando documentos por toda parte.

— Agora há pouco, todos os parceiros ligaram para cancelar os contratos! Cancelar! Você sabe o que isso significa?

— A empresa está prestes a quebrar o fluxo de caixa! Em menos de quinze dias, vamos à falência! À falência!

Os olhos de Zélio Cardoso estavam vermelhos, lembrando um leão ferido e furioso.

— Você perseguiu o Nereu por tantos anos, e para quê? Para ser chamada de amante? E agora ainda arrasta toda a família junto!

— E ainda tem coragem de chorar aqui? Chorar adianta alguma coisa? Inútil!

As maldições do pai, as críticas da mãe, o desaparecimento de Nereu, o desprezo nas redes sociais...

Tudo aquilo, uma a uma, como mil facas, dilaceravam Vitória.

Seus olhos vermelhos ardiam com um ódio insano.

Ela fuzilou o pai com o olhar, depois voltou-se para a mãe.

Num ímpeto, girou nos calcanhares e subiu as escadas tropeçando, com um semblante carregado de loucura e rancor.

Juliana, já que você quer me levar ao fundo do poço...

Então... vamos afundar juntos!

...

Hospital

Por volta das seis da tarde, Juliana finalmente abriu os olhos.

O teto branco lhe indicou que estava no hospital, o coração se apertou e, ao relancear o rosto de Nereu em sua mente, ela se sentou apressada, olhando ao redor em busca dele.

Clarinda entrou no quarto, ostentando uma expressão carregada de sentimentos contraditórios.

— Finalmente você acordou. Mal saiu de uma, já foi parar no hospital de novo!

A voz de Clarinda era suave, enquanto ela ajudava Juliana a se levantar.

— Como vim parar aqui?

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