Elas Não Merecem Suas Lágrimas romance Capítulo 95

Juliana esforçou-se para abrir os olhos, a cabeça latejava, provavelmente por causa do acidente de carro recente.

Teve uma leve concussão! O estômago revirava, a náusea subia pela garganta.

Seus braços e pernas estavam firmemente amarrados, e o tornozelo direito latejava de dor. Estava sentada no chão, com a boca selada por fita adesiva.

O cômodo não era grande, mas estava limpo.

Duas câmeras estavam montadas ao lado.

Uma voltada diretamente para ela.

Outra à sua esquerda.

As lentes, escuras e profundas, pareciam dois olhos a espreitar.

Uma cortina de flores miúdas cobria uma pequena janela, por onde quase não entrava luz, mal permitindo distinguir que se tratava de uma casa de campo. De vez em quando, ouvia-se o latido distante de cães.

No ar, misturava-se um odor acre, típico de animais.

A porta se abriu.

Um homem entrou. Tinha cabelos compridos, barba cerrada e era bastante alto — pelo menos um metro e noventa.

Os olhos fundos e intensos, quando calado, conferiam-lhe certo ar decadente, como um artista desiludido.

Ele agachou-se diante dela, a voz rouca.

— Não grite. Vou tirar a fita da sua boca.

Juliana arregalou os olhos e assentiu com força.

O homem estendeu a mão; não foi exatamente bruto, mas ao arrancar a fita, a pele dela se irritou com ardor.

Ignorando a dor, Juliana falou imediatamente, a voz trêmula de nervosismo.

— Foi a Vitória que mandou você me sequestrar? O que você quer?

— Se você não me machucar, pode ligar para a minha família, qualquer quantia pode ser negociada. Eles podem transferir na hora!

O homem de cabelos longos curvou os lábios, exibindo um sorriso que não era um sorriso.

— Tsc.

Observou-a de cima a baixo.

— Bonita, esperta. Uma pena que acabou irritando quem não devia.

Levantou-se, tirou a poeira da calça.

— Dinheiro?

— Isso não significa nada para mim.

— Se colaborar, prometo não te machucar de verdade.