Em seu lugar romance Capítulo 6

Começo pela areia. O calor é insuportável, mas me encho de valentia. Nessa hora eu só penso na minha irmã, e na promessa que eu tinha feito a ela que de alguma forma eu tentaria ajudar.

Conforme vou varrendo a areia, começo a sentir nas mãos o peso da vassoura e entendo que o serviço não é tão fácil como eu imaginava. Vou fazendo montinhos e montinhos de areia e colocando no lixo, e então continuava a varrer. O suor começa a escorrer pelos vãos de meus seios, pelas minhas costas, pernas e testa.

Depois de uma hora, varri todo o pátio, e todo caminho que vai até a piscina. Minhas mãos ardem e ao observá-las, pude ver as bolhas que se formaram com o serviço.

Desanimada me dirijo às folhas, mas percebo que não conseguirei varrê-las, caso não proteja as minhas mãos. Eu não consigo mais pegar na vassoura sem que elas ardam. Minha garganta também está seca. Preciso urgente beber pelo menos um copo de água.

Entro na casa, logo sou seguida pelo guarda.

E agora?

Said está sorrindo e dando leves beijos na garota, mas não demora muito ele me vê. Afasta-se dela e falando algo em seu ouvido, caminha em minha direção. Seus olhos continuam com a mesma dureza de antes.

—Acabou o serviço?

Eu nego com a cabeça.

— Quero falar com Zafira.

— Ela está ocupada. Se não acabou, o que quer?

Eu fecho os olhos e suspiro, limpando o suor de meu rosto com as costas das mãos e o encaro altiva.

— Eu quero um copo de água e dois pedaços de pano limpos.

O encaro de queixo erguido, mesmo consciente do meu estado lastimável. Luto também contra uma torrente de sentimentos que me invadem: Tristeza, desânimo e vontade de chorar. E com tudo isso, a certeza que eu preciso ser forte.

Said fixa seus olhos em mim, parece contrariado.

— A água entendi, porque precisa dos panos limpos? Você foi para varrer e não para limpar algo!

Meu coração martela em meus ouvidos. Eu não sei o que dizer, por isso fico apenas a olhar para ele, consciente de sua presença dominante e consciente também dos olhos da moça sobre mim.

— E então? —Ele pergunta impaciente, esperando minha resposta.

— Eu acho que deveria tratar desse assunto com Zafira. —Eu digo contrariada, pois meu orgulho me impede de mostrar minhas mãos.

Ele me estuda sério.

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