Em seu lugar romance Capítulo 54

Oito meses depois eu estou olhando minha barriga de seis meses de gravidez no espelho. Sentindo-me nas nuvens, coloco um vestido de chiffon verde com contas. Calço minhas sandálias brancas e saio do quarto.

Quando alcanço a sala, Zafira me encara séria.

Desde que mudamos para o Egito, os empregados passaram a me ver com outros olhos. E Zafira não é diferente. Mudou completamente comigo. Faz tudo para me agradar, na verdade, ela passou a me temer.

É natural, eu mudei o jeito de pensar de um homem árabe. Mas eu não gosto disso. Quero que ela me olhe diferente. Sem temores. Ela me vê de uma forma até mística, como se eu fosse uma espécie de feiticeira.

— Vai sair? —Ela me pergunta.

Digo sorridente.

— Vou. Combinei de almoçar com Adara.

Ela meneia a cabeça.

— Said não vai gostar nada de vê-la dirigindo por aí com esse barrigão.

Com paciência sorrio para ela.

— Zafirinha, gravidez não é doença. E prometo que a partir dos sete meses de gestação, não irei mais dirigir. Já conversei a respeito com Said. E tenho saído pouco. Não se preocupe.

Ela assente.

— Tudo bem! Não está mais aqui quem falou.

Sorrio.

— Samira ligou. Vem para o jantar. —Zafira me comunica.

Samira é assim, ela não espera convite. Eu já estou acostumada.

— Tudo bem. Então peça para Salma caprichar mais na comida. Quer que eu traga algo da rua?

— Não.

— Está certo.

Eu mando um beijo para ela e pegando a chave do carro, saio. O retiro da garagem e sigo rumo ao hotel. Said está viajando. Ele foi para Riad, então não cruzarei hoje com ele.

Vendemos a casa de meus pais em Riad e com o dinheiro e mais um pouco que Said completou, compramos uma boa casa para Adara. Mas a casa vive fechada, pois Adara achou melhor permanecer nas dependências do hotel para facilitar seu trabalho.

Adara está diferente. Aboliu o lenço. E aos poucos eu estou introduzindo roupas de cores vivas e atraentes

Logo que entro no saguão do nosso mais novo hotel, vejo Adara sentada na sala ao lado da recepção.

Ela sorri para mim e se levantando vem ao meu encontro. Está mais bonita, os cabelos soltos, vestida com um caftan branco com bordados dourados na frente.

Sim, essa é a minha irmã mais despojada. Ela, está assimilando bem a cultura local.

— Que linda! — Eu a elogio.

— Obrigada. — Ela diz meio triste.

— O que foi?

— Vamos almoçar primeiro, depois eu conto.

Almoçamos juntas no restaurante do hotel, e nos deliciamos com um arroz a moda egípcia, salada de maionese e carne assada.

Quando finalizamos, eu digo:

— Fale-me agora o que houve!

— Eu estou tendo uns problemas com o novo chefe de cozinha.

Eu junto minhas sobrancelhas.

— Ele tem te humilhado?

— Acho que ele não me vê com bons olhos. Talvez por eu ser mulher e cunhada do dono.

— Quer que eu fale com Said?

Adara meneou com a cabeça.

— Não! Claro que não! Promete-me que não fará isso?

EPÍLOGO 1

EPÍLOGO 2

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