Oito meses depois eu estou olhando minha barriga de seis meses de gravidez no espelho. Sentindo-me nas nuvens, coloco um vestido de chiffon verde com contas. Calço minhas sandálias brancas e saio do quarto.
Quando alcanço a sala, Zafira me encara séria.
Desde que mudamos para o Egito, os empregados passaram a me ver com outros olhos. E Zafira não é diferente. Mudou completamente comigo. Faz tudo para me agradar, na verdade, ela passou a me temer.
É natural, eu mudei o jeito de pensar de um homem árabe. Mas eu não gosto disso. Quero que ela me olhe diferente. Sem temores. Ela me vê de uma forma até mística, como se eu fosse uma espécie de feiticeira.
— Vai sair? —Ela me pergunta.
Digo sorridente.
— Vou. Combinei de almoçar com Adara.
Ela meneia a cabeça.
— Said não vai gostar nada de vê-la dirigindo por aí com esse barrigão.
Com paciência sorrio para ela.
— Zafirinha, gravidez não é doença. E prometo que a partir dos sete meses de gestação, não irei mais dirigir. Já conversei a respeito com Said. E tenho saído pouco. Não se preocupe.
Ela assente.
— Tudo bem! Não está mais aqui quem falou.
Sorrio.
— Samira ligou. Vem para o jantar. —Zafira me comunica.
Samira é assim, ela não espera convite. Eu já estou acostumada.
— Tudo bem. Então peça para Salma caprichar mais na comida. Quer que eu traga algo da rua?
— Não.
— Está certo.
Eu mando um beijo para ela e pegando a chave do carro, saio. O retiro da garagem e sigo rumo ao hotel. Said está viajando. Ele foi para Riad, então não cruzarei hoje com ele.
Vendemos a casa de meus pais em Riad e com o dinheiro e mais um pouco que Said completou, compramos uma boa casa para Adara. Mas a casa vive fechada, pois Adara achou melhor permanecer nas dependências do hotel para facilitar seu trabalho.
Adara está diferente. Aboliu o lenço. E aos poucos eu estou introduzindo roupas de cores vivas e atraentes
Logo que entro no saguão do nosso mais novo hotel, vejo Adara sentada na sala ao lado da recepção.
Ela sorri para mim e se levantando vem ao meu encontro. Está mais bonita, os cabelos soltos, vestida com um caftan branco com bordados dourados na frente.
Sim, essa é a minha irmã mais despojada. Ela, está assimilando bem a cultura local.
— Que linda! — Eu a elogio.
— Obrigada. — Ela diz meio triste.
— O que foi?
— Vamos almoçar primeiro, depois eu conto.
Almoçamos juntas no restaurante do hotel, e nos deliciamos com um arroz a moda egípcia, salada de maionese e carne assada.
Quando finalizamos, eu digo:
— Fale-me agora o que houve!
— Eu estou tendo uns problemas com o novo chefe de cozinha.
Eu junto minhas sobrancelhas.
— Ele tem te humilhado?
— Acho que ele não me vê com bons olhos. Talvez por eu ser mulher e cunhada do dono.
— Quer que eu fale com Said?
Adara meneou com a cabeça.
— Não! Claro que não! Promete-me que não fará isso?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Em seu lugar
🖊️ AVALIAÇÃO FINAL: Texto com vários erros e trama muito superficial, pueril e inverossímil, voltada essencialmente para a atração física e a tensão sexual, confundindo o tempo todo paixão com amor e não convencendo minimamente o leitor quanto à seriedade dos acontecimentos, visto que são dois adultos que mal se conhecem se comportando como adolescentes inexperientes, dominados pelos hormônios enquanto tentam entender o que sentem (confundindo imaturamente amor com paixão) e desenvolver não um relacionamento profundo, maduro, duradouro e com propósito, mas uma espécie de cabo de guerra emotivo-sexual, onde o foco está em quem vai conseguir satisfazer melhor seus próprios desejos físicos e anseios emocionais ou em quem terá que ceder mais às exigências culturais do outro... Eu vivi uma paixão forte antes de conhecer meu esposo e sei que não é fácil abrir mão de um relacionamento entre desiguais quando estamos muito apaixonados, mas também sei que é possível e agradeço a Deus por ter acontecido o término, pois só assim pude conhecer meu esposo, com quem sou feliz há 20 anos sem nunca ter precisado fingir ser quem não sou nem viver essa montanha-russa emocional 🎢, pois as renúncias que ambos precisamos fazer desde que nos conhecemos nunca foram relacionadas à nossa essência. Além disso, não foi em 1 mês que me apaixonei tão fortemente pelo meu ex, foi num relacionamento de quase 2 anos, com muito menos diferenças a considerar e muito mais profundidade de sentimentos - perto do qual essa situação do texto é simplesmente SURREAL (foi por muito pouco que não desisti de ler antes de chegar ao desfecho)... 👀 EM SUMA: estorinha adolescente e supercial que não convence minimamente, voltada essencialmente para situações rasas e tensão sexual. No final tenta passar algo um pouco mais aprofundado, mas já está contaminado pela superficialidade e falta de maturidade dos personagens, não dá mais pra levar a sério (a mudança abrupta torna tudo ainda menos verossímil). Muita decepção depois de ter lido "O Egípcio", da mesma autora... 💔...
* Além de tudo é hipócrita. O discurso de tradicionalista só vai até onde lhe convém, onde não convém que se lasque... Não é convicção religiosa, é mero interesse... Mais uma característica revoltante desse mimadinho narcisista fantasiado de homem... 🤮...
⁉️ "Até que ponto ela lutaria por mim?"... "Não aceitarei pontos nem vírgulas entre nós" ... Ora... E você, cara pálida, até que ponto lutará e cederá por ela?... Esses "mocinhos" de romance hoje em dia não servem nem pra espantalho de horta... É a mulher que tem que conquistar os caras, nunca o contrário... 🙄 E essas protagonistas pamonhas me dão nos nervos, sem força de vontade e respeito próprio nenhum, só pensando com os hormônios... 😒...
😒 Oh, coitadinho... O abusador bárbaro com pose de juiz justiceiro está arrazado porque em poucos dias se apaixou pela ladra que ele desprezava e agora percebeu que ela é de outra cultura e o vê com maus olhos depois de ele ter agido como um troglodita... Ah, faça-me o favor!... Que coisa mais sem nexo. Até parece que um árabe tradicionalista iria perceber que era visto como um bárbaro selvagem, sendo que pra ele ser assim é que é o certo... E um cara desse nunca iria se interessar por uma mulher cujo comportamento ele despreza, muito menos em poucos dias... Ainda mais tendo visto a mulher desde o início como se fosse apenas um pedaço de carne, não uma pessoa... Essa conversa de "eu a amo" e "eu o amo" chega a ser risível... Quem ama alguém em poucos dias, só porque não consegue controlar os próprios hormônios e vê o outro como se estivesse no cio? Desde quando isso é amor?... 👀...
😵💫 Mas que negócio sem cabimento... O cara tem namorada/noiva e fica querendo agarrar e beijar a outra, enquanto tenta dar lição de moral... Num dia quer humilhar a mulher e no outro já está dizendo que não sabe como ficar longe dela, como se fosse bipolar... Parece redação de adolescente do ensino médio isso... 😒...
❗ Ah, vá catar coquinho na descida, amigo... Sério que você quer "preservá-la, torná-la uma pessoa melhor e fazê-la agir como uma dama"... olhando-a como se fosse um pedaço de carne, agarrando-a e beijando-a ao seu bel prazer? Que conversa pra boi dormir é essa? Só se for pra rir... Já não basta a tola agir como uma adolescente dominada pelos hormônios e sem juízo, com essa rebeldia infantil de querer se mostrar e se afirmar com essa maquiagem fora de hora e lugar, ainda vem o cara com esse discurso de político em véspera de eleição?... Tá cada vez pior essa estória... 🙄...
⁉️ Minha nossa, quanta superficialidade e futilidade... Comecei a ler essa estória depois de ler O EGÍPCIO, mas que decepção... Pelo visto será só mais do mesmo de apelação sexual e relacionamentos baseados no carnal, sem nada de realmente relevante ou mais profundo, com personagens que mais parecem ratos marsupiais australianos do que seres humanos... Se for isso mesmo, não vou até o final, não. Sinto muito. Quero literatura de verdade, não futilidade e pornografia disfarçada de romance... 🫤...
Aff... Por que essas protagonistas sempre tem que ficar se derretendo diante dos caras como adolescentes sem cérebro, dominadas pelos hormônios? Me dá até vergonha como mulher esse comportamento fraco e patético... Não podem ver um rosto bonito ou um corpo bem feito que já estão se derretendo, mesmo o cara sendo um néscio, um cafajeste, um animal violento, um qualquer que não vale nada... 🙄 Esse tal Said poderia ser lindo de morrer, mas com esse comportamento de besta quadrada, sem contar a arrogância e o abuso sexual, sequer seria visto como um homem por mim... E ainda fuma, pra piorar (cheira mal)... Que atitude deprimente a dessa Maysa... Se passar pela irmã tola e irresponsável para pagar por uma dívida que não é sua e ainda sentir atração pelo energúmeno que a trata como vadia... É uma vergonha pra mim como mulher... 😒...
Uma das melhores historias que ja li aqui no site,muito boa mesmo!...
Linda a história!!!!...