Engravidei a minha melhor amiga romance Capítulo 17

Vincenzo Fraga

— Bom dia, flor do dia. — falei arrumando o cabelo loiro da Melinda. — Feliz dia das mamães.

Ela abriu os olhos, os apertando tentando enxergar direito. Peguei seus óculos remendados e entreguei a ela que colocou em seu belo rosto.

— Bom dia. — ela olhou todo o quarto de hospital repleto de flores. — O que é tudo isso?

— Pra comemorar o seu primeiro dia das mães.

Um sorriso lindo atingiu seu rosto e seus olhos se encheram de lágrimas, meu deus, eu não aguentava mais ver ela chorando, se soubesse não tinha colocado aquele tanto de flores ali.

— Obrigada.

— Mel, não chora.

— É que eu não esperava ganhar nada do dia das mães, caramba, eu sou mãe. — levou a mão até a barriga alisando.

— Sim, você é uma mãe! E por isso, quando sairmos do hospital, vou te levar para um almoço de dia das mães.

— Sério? — seus olhos brilharam.

Assenti e ajudei ela a se sentar na maca.

Ainda estava bem abatida, tinha dormido a noite toda, também depois de tanto calmante que deram pra ela. Estava com a testa e o braço costurado, e ainda tinha que ficar de repouso por causa do nosso bebê.

Rick tinha me contado sobre a causa do acidente, e minha cabeça começou a criar mil coisas, será que ela tinha lembrado de algo também? Fiquei com essa dúvida a noite toda, enquanto velava o sono dela, me perguntei inúmeras vezes se havia pelo menos a mínima possibilidade dela ter tido algum daqueles flashes como eu, mas tive que me conter com minhas ideias.

Ao receber a notícia de que ela tinha sofrido um acidente, larguei tudo que estava fazendo, algo que incluía Sara, e fui direto para o hospital, mesmo meu irmão dizendo que estava tudo bem no telefone, eu não conseguia parar de pensar que podia ter perdido minha melhor amiga e meu filho.

— Você já teve alta, só estava esperando você acordar para te levar pra casa.

— Então vamos embora, eu detesto hospital.

Ela já jogou as pernas para fora da cama, e ficou de pé, mas como o previsto se curvou reclamando de dor nas costas.

— Com calma, né Melinda! — passei a mão em volta do seu corpo e guiei ela até a maca novamente.

— Aonde está minha blusa?

— Vou pegar.

Fui até o sofá que tinha no canto do quarto e peguei sua blusa, sua bolsa e suas sapatilhas.

Ajudei ela a se vestir e tive que até que prender seus cabelos em um rabo de cavalo, a deixei parecendo com uma paquita. Ela ao se olhar no espelho começou a rir.

— Está se sentindo bem mesmo? —Rick perguntou checando ela mais uma vez.

— Só as dores mesmo.

— Passei um remédio para essas dores musculares, porém você já sabe, qualquer dor mais forte fora do comum, me ligue.

— Está bom.

— Sério, me ligue. — Sorriu e passou a mão no cabelo dela.

Lembrei de mais cedo dele dizendo que tinha ela como uma irmã mais nova desde quando começamos a andar juntos. E realmente ele sempre a tratou assim.

Peguei todas as coisas dela e a receita.

— Valeu, Rick.

— Você vai ver a mamãe hoje? — ele perguntou.

— Não, vou ficar com a Mel, e a mamãe ainda não deu sinais de manifestação sobre a gravidez, então estou com medo dela.

— Eu também ficaria. — riu. — Vou passar na casa dela mais tarde.

Perdida em meio a tantas flores, Melinda entregou uma para Rick e tentou aparecer no meio das tantas outras que segurava.

— Fale que Vincenzo mandou essa.

No carro arrumei todos buquês e vasos no banco traseiro do meu carro e ajudei a Mel a entrar no banco do passageiro. Dirigi para o apartamento dela e foi mais um sacrifício carregar a bolsa dela, mais todas aquelas flores e ainda ajudá-la.

Fiz ela ir tomar um banho e resolvi dar um jeito para que ela ficasse confortável ali. Arrumei as flores pela casa, coloque uns lençóis na cama e pedi comida em um restaurante ali perto.

Sentado no balcão da cozinha pude ver quando Melinda saiu do banho vestindo seu pijama amarelo e secando o cabelo com uma toalha, sorri para aquela imagem, me trazia um sentimento bom, um desejo de ver isso toda manhã talvez. Balancei a cabeça tentando afastar essa ideia.

— Você sabe alguma coisa do meu carro? — veio andando até mim.

— Está em uma mecânica da seguradora, a conta pelo visto esta alta.

— Já estou imaginando o valor.

Peguei em sua mão e a guiei para o sofá. Ela apoiou a cabeça em meu ombro e minhas mãos afagaram seus cabelos, parecendo um filhote de gatinho ela ronronou.

— Preciso mandar feliz dia das mães para minha mãe, cadê meu celular?

— Vou pegar. — levantei indo até a bolsa dela no quarto e aproveitando para pegar um embrulho na minha mochila, voltei para a sala. — Antes de você mandar mensagem, eu quem quero desejar mais uma vez feliz dia das mães para você.

Deixei o embrulho atrás do meu corpo e com uma das mãos envolvi sua cintura a puxando para encostar contra meu peito. O cheiro dos seus cabelos recém lavados invadiu minhas narinas e minha mente voou longe junto com meu corpo que desejava mais que aquilo.

Coloquei o celular dela pra frente e depois o embrulho entre suas pernas, ela inclinou a cabeça para trás e sorriu.

— Mais presentes?

— Só mais esse.

Enquanto ela desatava o laço, minhas duas mãos envolveram sua barriga achatada, puxei a blusa amarela dela para cima e alisei a pele dela. Melinda abriu o embrulho e tirou primeiro um álbum de fotos, onde eu tinha colocado inúmeras fotos nossa desde o início do ensino médio.

— Olha! — ela chamou minha atenção para uma foto nossa em cima de uma palmeira em uma cidadezinha do interior, onde acontecia um campeonato dos times da faculdade.

— Esse dia foi incrível.

— Realmente. Primeiro porre que eu tomei.

— Primeiro de muitos né. — ela riu.

— Tenho culpa se as bebidas dessas cidadezinhas são mais fortes! E não vem não que você não fica muito atrás de mim, era toda nerdizinha, mas não podia ver uma garrafa de tequila.

Ela riu fazendo nossos corpos se aproximarem um pouco mais, dobrei meus joelhos deixando eles um de cada lado do seu corpo.

— Desse jeito parece que sou cachaceira!

— Mas você era na época da faculdade.

— Que mentira, Vincenzo!— me deu um tapa de leve. — Eu sempre fui quieta, você quem sempre me arrastou para essas coisas.

— Você tem culpa disso mesmo — ela colocou a mão novamente no embrulho. - Vamos ver.

Eu tinha comprado dois álbuns, um colocado a maioria das nossas fotos de inúmeros momentos da nossa vida, enquanto outro tinha deixado para ser completado, para que gente colocasse fotos com nosso filho. A primeira foto já era uma das que tínhamos tirado outro dia.

— Nosso filho vai adorar essas histórias que esse álbum traz. — apontei para o já completo. — E as fotos desse vai viver com a gente.

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