Era Diamante: Brilho romance Capítulo 1940

Ela não percebeu que também havia um grupo de pessoas caminhando em direção ao camarote do Palácio do Oceano.

À frente do grupo estava justamente Mafalda, que ainda não tinha dado as caras naquele dia.

Ao lado de Mafalda iam três ou quatro pessoas, entre elas um homem de trinta e poucos anos, vestindo um sobretudo já um pouco surrado. Seu rosto era moreno, e sua aparência não era nada marcante.

No meio do caminho, ele de repente parou e olhou para o lado onde estava Hera: "Aquela pessoa... é a nova estrela que o instituto recrutou este ano?"

Ele parou tão de repente que os outros tiveram que acompanhar seu movimento e também olharam naquela direção.

E de fato, viram Hera, que tinha acabado de terminar uma ligação e estava voltando para o camarote.

O clima andava frio nos últimos dias, mas a moça usava apenas um moletom aparentemente fino. O conjunto todo preto, junto com o boné de aba curva na cabeça, dava-lhe um ar de frieza e afastamento, como se dissesse "não se aproxime".

Ela parecia não ter notado Mafalda e seu grupo, abriu a porta de um dos camarotes e entrou sem hesitação.

"Ouvi dizer que ela teve um ótimo desempenho na segunda rodada de avaliações. Nunca tinha estudado de forma sistemática antes e ainda assim conseguiu concluir o experimento simulado de nível 8..."

No rosto moreno de Abel Pereira era fácil ver seu enorme interesse por Hera. Ele não escondia a admiração.

Ele fazia parte do laboratório de nível 8.

Mafalda precisava cultivar boas relações com ele.

A razão de estarem todos no Palácio do Oceano para jantar era justamente o convite de Mafalda, que queria se aproximar de Abel e, assim, criar laços com o pessoal do laboratório de nível 8.

Quem diria que iriam encontrar Hera ali?

O mundo é mesmo pequeno!

Mafalda abaixou os olhos, o sorriso nos lábios diminuiu um pouco, mas ela manteve a compostura e respondeu com um leve sorriso: "Acho que sim, não prestei muita atenção nela."

"Ela..." Abel ainda queria perguntar mais sobre a nova estrela do ano.

Mafalda baixou os cílios, escondendo sua expressão, e desviou o assunto de forma forçada: "Abel, vamos entrar?"

"Hmm." Abel hesitou por um instante, desviou o olhar e não pensou mais no assunto.

Não tinha passado nem dois minutos quando alguém bateu à porta do camarote.

"Pode entrar." Hera já estava satisfeita, basicamente sentada ali só esperando Agenor e Angelica terminarem de comer. Ao ouvir a batida, respondeu de maneira displicente.

Achava que era um garçom vindo trocar o chá.

Mas quem entrou foi uma mulher, com ar de gerente, cabelo curto e expressão incisiva. Ela foi direta, sem perder tempo: "Peço desculpas, senhores, mas vocês não podem mais continuar utilizando este camarote."

"Se possível, peço que se retirem agora."

Agenor e Angelica nunca tinham passado por uma situação dessas. Os dois ficaram surpresos ao mesmo tempo.

Angelica foi mais rápida, largou o garfo e franziu as sobrancelhas ao perguntar: "Como assim? O que quer dizer com não podemos mais usar o camarote? Mal chegamos na metade do jantar, e você quer que saíamos agora? Não faz sentido."

A gerente, porém, manteve o olhar firme e não se abalou nem um pouco: "Desculpe, senhora, não posso explicar o motivo. Mas, de fato, vocês não podem mais permanecer neste camarote. Por favor, peço que se retirem."

Era praticamente uma expulsão!