Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 196

Independentemente de Nilton estar apenas sendo gentil ou realmente tentando me testar, eu precisava ser mais cuidadosa.

"Estou enjoada das comidas do exterior, então também como comida brasileira em casa. Nilton, não precisa se preocupar comigo. Meu paladar é o mesmo que o de vocês." - Eu fiz uma explicação casual.

"Certo."

A expressão no rosto de Nilton permaneceu impassível, o que me impediu de captar qualquer sinal suspeito.

Talvez eu estivesse exagerando.

Afinal, como eu poderia acreditar em coisas como reencarnação, algo que só existe em romances de fantasia, se eu mesmo não tivesse passado por isso?

Ele não sabia o que havia acontecido, então como poderia imaginar algo nesse sentido?

Durante a refeição, o único som era o tranquilo tilintar dos talheres.

Depois de terminar, Dario, cansado, retirou-se para descansar em seu quarto.

Mirella parecia ter algo a dizer a Nelson, e eu, de propósito, me afastei.

Esperei até que os dois ficassem sozinhos e, discretamente, liguei o gravador do meu celular.

Eles estavam parados no corredor, onde não havia ninguém por perto, sem imaginar que eu os observava do terraço acima.

Com o clima tão frio e a chuva caindo lá fora, era raro encontrar empregados nas redondezas.

Foi por isso que Mirella foi tão ousada. Ela correu por trás e abraçou Nelson: "Nelson, a irmã já morreu. Por mais que você sofra, ela não vai voltar."

"Mirella, você está louca? Aqui é a casa da família Lopes."

"Nelson, não tem ninguém aqui. Não fique tão preocupado. Sua frieza nos últimos dias me deixou devastada. Estou com tantas saudades de você, pensando em nós todos os dias... na sensação de estarmos juntos. Até poucos dias atrás, éramos tão felizes... Nelson, me abrace."

"Nelson, todo mundo sabe que não temos laços de sangue. Meu sobrenome é Barbosa, não Lopes. Casando comigo, a família Barbosa e a família Lopes poderiam se unir. Isso não seria ideal?"

Nelson a encarou, perplexo: "Como você pode dizer algo assim... Mirella, você é horrível."

Dito isso, ele saiu correndo, e eu desliguei a gravação.

Um dia, eu revelaria ao mundo inteiro a verdadeira face desses dois!

Guardei o celular e, com um sorriso frio nos lábios, me virei para sair.

Mas, ao me virar, vi um homem sentado no corredor.

Seu olhar era cortante como uma flecha, fixado em mim: "O que você está fazendo aqui?"