Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 290

Mirella ficou completamente assustada comigo, recuando com um olhar de puro pavor, como se eu fosse algum tipo de entidade sombria.

Minhas palavras bastaram para deixá-la desestabilizada, visivelmente perturbada.

Demorou um pouco até que ela recuperasse a voz: "Sra. Rocha, que brincadeira absurda é essa? Por que eu desistiria?"

Ao dizer isso, ela elevou propositalmente o tom de voz, claramente tentando atrair a atenção das pessoas ao redor. Não demorou muito para que todos os olhares se voltassem para mim.

Como se eu estivesse fazendo algo desonesto para obrigá-la a sair da competição.

Os fãs de Mirella começaram a me insultar, vaiando sem trégua, causando um tumulto no local.

O apresentador e a segurança tentavam manter a ordem, enquanto Mirella me lançava um olhar provocativo, como se dissesse que eu ainda era muito inexperiente para competir com ela.

Era sua estratégia favorita: usar as emoções dos outros como uma arma certeira contra mim.

Até mesmo Eliana não perdeu a chance de comentar: "Veja só, não tem habilidades próprias, e com isso tenta forçar a desistência alheia com métodos desleais. Como alguém assim poderia ser realmente talentoso?"

Já Roberta, indiferente à cena, distraía-se com suas unhas recém-pintadas, demonstrando que seu único interesse por Mirella residia nos benefícios que ela poderia trazer.

"Eu confio plenamente na Mirella. Já até preparei o material de divulgação."

"Não se preocupe. Minha filha é a melhor. Veja quantos fãs vieram para aplaudi-la."

Todos pareciam se deliciar com o espetáculo, mas o resultado já estava decidido. A vencedora seria eu.

Mirella não tinha habilidades suficientes para me superar. Sua única alternativa era uma só:

Não havia como ela me superar no palco apresentando trabalhos inferiores, ela só poderia tentar copiar todas as minhas obras antecipadamente, na esperança de reproduzi-las com perfeição.

Era evidente que ela havia praticado secretamente minhas obras, dedicando-se a reproduzi-las com perfeição. Por isso, exibia tanta confiança em subir ao palco.

Quando o concurso estava prestes a começar, passei por Mirella. Abaixei-me para amarrar o sapato e sussurrei, como uma sombra, próximo ao seu ouvido: "Mirella, a Marlene está observando você."

Mas agora eu não tinha tempo a perder com Mirella. Essa luta era minha, e eu estava aqui para reivindicar meu nome!

Estranhamente, o concurso não havia definido um tema específico, permitindo que cada um apresentasse seu estilo único.

Qual a diferença disso para um exame com consulta?

Talvez os organizadores quisessem motivar os artistas a produzirem obras ainda mais esplêndidas, facilitando os leilões subsequentes.

Enquanto meu pincel deslizava com fluidez pelo papel, uma imagem já tomava forma em minha mente.

A câmera fazia vários closes em mim de vez em quando, capturando cada movimento.

Eu estava tão imersa na minha criação que não percebia o burburinho crescente no público.

Com tantos close-ups em mim, parecia que o diretor queria responder à pergunta dos espectadores se eu realmente sabia pintar ou não.