Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 321

Minha face ficou ainda mais vermelha, mas já era tarde para voltar atrás.

No momento em que o casaco caiu no chão, deitei-me como se estivesse sem vida, enterrando até o rosto no suave edredom de seda.

Não sabia se foi impressão minha, mas parecia ouvir uma leve risada masculina ao meu lado, e eu não tinha coragem de olhar.

Dentro das cobertas, murmurei com voz abafada: "Nilton, pode começar."

Para tentar aliviar o clima constrangedor, fiz uma piada: "Não me trate com delicadeza só porque sou como uma flor frágil."

"Claro." - Sua risada ficou mais evidente.

Então, ele levantou minhas panturrilhas.

O toque do sexo oposto me deixou extremamente sensível, instintivamente tentando me esquivar.

"Não fique nervosa, Janaína."

Sob sua tranquilização, eu resisti ao desconforto interno, sentindo-o espalhar um tipo de pomada fria por minha panturrilha.

O ar estava permeado com um leve cheiro de medicamento, e ao menor toque, eu não pude evitar de gritar.

"Ainda nem comecei a forçar, relaxe um pouco mais."

"Tudo bem."

Ele massageou suavemente: "Vai doer um pouco no início, mas com a pomada e a massagem, logo passará. Você mal sentirá dor amanhã."

Eu estava apavorada, gaguejei: "Vai, vai massagear também?"

"É preciso alongar depois de se exercitar, usar o massageador muscular nas pernas, é a mesma coisa. Não fique nervosa, imagine que sou seu massagista."

Como eu poderia!

Quem no mundo ousaria tratar Nilton como um massagista?

Mas parecia que ele realmente tinha técnica! Cada pressão era exatamente nos pontos e músculos certos.

Eu segurava o lençol, com dor, rangendo os dentes.

Ele sussurrava para me acalmar: "Aguenta mais um pouco, logo a dor passa e você se sentirá melhor."

"Sim."

Eu observava o lençol deformar em minhas mãos.

Rapidamente, a dor começou a aliviar, e os músculos antes tensos da minha panturrilha ficaram macios, eu até me senti mais relaxada, ansiosa para que ele continuasse em outra área.

"Está se sentindo melhor agora?"

Lá fora, sem eu perceber, começou a nevar novamente, caindo suavemente sob as luzes amareladas dos postes.

O jardim estava decorado com pequenas luzes coloridas, criando uma atmosfera especialmente aconchegante.

Aos poucos, comecei a me perder em pensamentos.

Quando me machucava no passado, sempre lidava com isso sozinha, ninguém nunca se importou comigo.

Os olhares da minha família sempre se focavam em Mirella.

Nilton já estava me massageando por quase duas horas, mostrando mais resistência que um massageador muscular.

Até um massagista profissional já estaria com as mãos cansadas, embora eu estivesse achando muito agradável, ainda sentia um pouco de remorso.

"Nilton, estou me sentindo muito melhor, não precisa continuar, suas mãos não estão cansadas?"

"Estou bem, realmente se sente melhor?"

Pulei da cama, girando na frente dele: "Veja, estou muito melhor... ah..."

Minhas pernas falharam, e sem aviso, caí em seus braços.

Suas mãos passaram pela minha cintura fina, me segurando, e sua voz rouca e profunda ecoou em meu ouvido: "Janaína, sou um homem normal, isso pode me fazer..."