Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 322

Eu me apressei em mergulhar na cama e me envolvi com o cobertor, selando-me completamente, e murmurei de dentro dele: "Boa noite, Nilton."

Ele riu baixinho, sua voz carregada de afeição: "Boa noite."

Embora tudo tivesse terminado, parecia que o calor dos dedos dele ainda permanecia em minha pele.

Mas eu estava tão exausta que nem conseguia pensar mais nisso, e rapidamente adormeci.

No dia seguinte, depois de treinar por boa parte do dia, Ivan me lembrou: "Senhora, a família Barbosa mandou um convite para jantar esta noite."

Família Barbosa?

Parei os abdominais, deixando o suor escorrer pelo meu rosto: "Quem mais foi convidado?"

"Toda da família Lopes."

Parecia que seria apenas um jantar em família, provavelmente uma tentativa da família Barbosa de suavizar as tensões recentes entre as duas famílias durante o período de festas.

Isso era exatamente o que eu precisava, já queria voltar há algum tempo, pois havia deixado alguns pertences importantes no meu quarto.

Entre eles, havia um diário que registrava todos os meus pensamentos e experiências ao longo dos anos, incluindo o que Mirella havia feito comigo.

Esse diário estava bem escondido, então provavelmente não foi encontrado pela polícia.

No futuro, esse diário seria a peça-chave para derrubar Mirella!

"Certo, vou trocar de roupa."

Arrastei meu corpo cansado de volta ao quarto para tomar um banho. Depois do banho, Nilton estava me esperando com um sorriso, segurando remédios: "Vamos, Janaína, tire a roupa."

Com a experiência da noite anterior, como ele disse, uma vez que se fazia, ficava mais fácil, e eu já não estava tão envergonhada.

"Nilton, obrigada por tudo. Talvez massagear suas pernas da mesma maneira seja eficaz? Quer que eu massageie para você?"

Ele havia feito tanto por mim, e eu pensava que também devia fazer algo por ele.

"Claro, podemos tentar outro dia."

...

Na casa da família Barbosa.

Cada decoração e cada planta desta vila me pareciam familiares, mas me sintia uma estranha nesta casa.

Que atuação!

Fingi ter um leve medo dela, evitando contato visual, fazendo-a acreditar que seu aviso havia surtido efeito.

Depois de lidar com ela por um tempo, deixei Nilton entretê-la enquanto eu discretamente ia para o quintal dos fundos. Bastava subir para o segundo andar para chegar ao meu quarto.

Eu já havia feito isso várias vezes quando era mais nova, conhecia o caminho de cor.

Felizmente, a porta do terraço não estava trancada, e consegui abri-la facilmente.

Retirei o diário do esconderijo secreto debaixo do colchão.

Cada página documentava as maldades que Mirella me fez.

Sem me dar ao luxo de me emocionar, voltei pelo mesmo caminho.

Estava prestes a jogar o diário no gramado e pular para baixo quando ouvi uma voz masculina: "O que você está fazendo?"

Meu coração disparou.