Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 385

Ele estava de pé diante de mim, alto e esguio, e só então percebi a verdadeira extensão de suas pernas longas e bem definidas!

Como poderia parecer que ele tinha algum problema físico?

Embora eu entendesse que devia haver uma razão por trás de seu fingimento, não consegui evitar um toque de irritação interior.

Quando chutei sua coxa, senti a firmeza de seus músculos, sólidos como pedra, suportando todo o seu peso.

E pensar que eu tinha sido tão cuidadosa antes, temendo ferir seu orgulho, evitando tocá-lo ou fazer perguntas indiscretas...

Mesmo nas noites mais escuras, eu limitava minhas carícias à parte superior de seu corpo, com receio de ultrapassar limites invisíveis:

"Nilton, seu grande mentiroso!"

Ele levantou minhas pernas e as enlaçou em sua cintura, inclinando-se para ficar perto de mim:

"Marlene, me desculpe... Eu tinha meus motivos para fazer isso. Nunca quis enganar você."

"Depois de todo esse tempo fingindo… Por que não continuar?"

Sua voz soou profunda e rouca: "Porque eu queria poder cuidar de você... satisfazê-la plenamente. Mas isso é nosso segredo. Pode guardá-lo para mim?"

Ele era tão alto que, mesmo eu estando sentada no banco do piano, ele precisou se inclinar para falar comigo.

Do ângulo em que eu estava, pelo decote de sua camisa, pude ver a definição de seus músculos peitorais.

E com sua voz masculina sendo especialmente sedutora, só pude concordar: "…Sim."

Nilton deu uma risada suave: "Tão obediente... Dá vontade de devorar você inteira."

"E querido... até quando você pretende esperar?"

"Até o dia em que você realmente me tiver em seu coração..."

Ele me abraçou pela cintura, olhando para mim com emoção: "Marlene... não me faça esperar muito."

Gostava de me encostar nele. Ouvir seu coração batendo, me trazia uma sensação especial de segurança e tranquilidade.

"Obrigada por estar disposto a esperar por mim."

Apreciávamos aquele raro momento de paz, até que Ivan bateu na porta e sua voz soou do lado de fora: "Senhor, o Sr. Rocha chegou."

Nem mesmo eu, que sempre estive ao seu lado, percebi a farsa por tanto tempo.

Ele realmente havia enganado a todos!

Depois que ele saiu, peguei meu xale e fui praticar no sótão.

Embora eu tocasse piano com alguma habilidade, minha verdadeira paixão era o pandeiro, onde eu realmente me destacava.

Por isso, não me preocupava em me apresentar na frente de Renata.

A porta rangeu suavemente e Nelson entrou, seus olhos vermelhos e marejados. Ele caminhou em minha direção com passos pesados e uma expressão de dor.

"Marlene…"

Ele olhou para o meu rosto e então se ajoelhou ao meu lado.

Desde aquele confronto na tempestade, Nelson parecia estar buscando desesperadamente uma oportunidade para conversar comigo em particular.

Ele não podia falar ao celular, e agora que eu estava de volta à família Lopes, parecia que finalmente encontrara sua chance.