Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 386

Minha mão parou na última nota, e só então levantei os olhos para ele, mantendo uma expressão fria e indiferente.

"Embora a família Lopes seja mais segura do que o mundo do lado de fora, a Mirella é uma mulher perigosa. Espero que você não me chame mais assim sob qualquer circunstância daqui em diante... a menos que queira me ver morta novamente."

Eu o encarei: "Nelson, aquilo doeu demais... Ver meu próprio sangue escorrendo da cintura... incapaz de fazer qualquer coisa... Nem mesmo me tornar um espírito vingativo depois da morte. Foi uma dor que palavras não podem descrever. O destino, por algum motivo, me deu uma segunda chance. Você realmente quer me ver falhar?"

"Eu não quero!" - Nelson apressou-se em explicar, com uma expressão amarga no rosto.

"Tudo o que eu quero agora é encontrar uma forma de compensar o que aconteceu."

"A melhor forma de compensação é me ajudar a lidar com Mirella. Nos últimos dias, você teve algum progresso com ela?"

Nelson começou a falar lentamente: "Fui muito frio com ela antes... Se, de repente, eu mudar e me tornar mais atencioso, ela pode desconfiar. Mas... ela nunca desistiu de tentar me reconquistar."

Ao dizer isso, Nelson me passou seu celular.

Era o histórico de conversas dele com Mirella.

Como ele havia deletado Mirella antes, as mensagens antigas desapareceram. Aquelas eram apenas dos últimos dias em que ele a adicionou de volta.

Eram principalmente mensagens de Mirella para ele.

Ela falava muito sobre as dificuldades da gravidez, usando a criança como elo para se aproximar.

Nelson respondia de forma polida e distante, sempre focando no bebê, não nela:

"Sim, você está indo bem… Ela é muito desconfiada. Use a criança como ponto de partida."

Expliquei alguns detalhes cruciais, o suficiente para aumentar sua repulsa por Mirella e garantir que ele permanecesse firme.

No passado, eu teria ficado preocupada. Agora, eu simplesmente não queria mais me envolver.

Porém, considerando sua utilidade futura, respondi friamente: "Então tome um remédio para o resfriado. Se ficar pior, se dirija ao hospital."

Nelson: "..."

Eu me virei para sair, ouvindo sua voz lamentável atrás de mim: "Marlene... Realmente não há mais volta para nós?"

Eu continuei andando, respondendo de forma decisiva e direta: "Não. Acabou."

Meus passos ecoaram pelo corredor até a sala de estar, onde encontrei Otávio com uma expressão séria e Pâmela com os olhos vermelhos de tanto chorar.

Assim que me viram, vieram ao meu encontro: "Janaína, Renata é sua irmã! Vocês são uma família, não importa o que tenha acontecido... Por favor, salve-a! Ela é tão jovem... Não podemos deixá-la ir para a prisão..."