Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 585

O que eu poderia fazer era apenas não aproveitar mais da situação para piorá-la.

"Sra. Barbosa, eu não sou Marlene, sou Janaína. Sua filha está morta, esqueceu?"

"Janaína?"

Ela me encarou, e a luz em seus olhos diminuiu um pouco.

"Sim, você não é minha filha. Sinto muito, eu a confundi com outra pessoa."

"Sem problemas. Você está plantando flores?"

Ela assentiu com a cabeça: "Sim, minha filha adorava hortênsias, mas mesmo que as hortênsias floresçam lindamente, ela nunca mais poderá vê-las novamente."

"Ela verá." - Eu comentei suavemente.

Joaquim olhou para mim com frieza: "O que você está fazendo aqui novamente?"

"Houve um novo desenvolvimento, Sr. Barbosa. Espero que possa me ajudar, se souber de algo. A família Duarte e a família Monteiro têm alguma ligação com a família Barbosa?"

Ao ouvir o nome da família Monteiro, Joaquim imediatamente mudou sua expressão: "Não conheço nenhuma família Monteiro!

Mencionei o nome do vovô Antonio: "Leandro Monteiro, isso lhe soa familiar?"

"Não."

Eu o conhecia muito bem. Sempre que ele não queria responder ou se desviar do assunto, seu polegar esquerdo ficava esfregando o polegar direito.

"Sr. Barbosa, a família Barbosa e a família Lopes já foram atingidas. Vou ser franca, tanto o senhor quanto eu podemos estar na lista de alvos de alguém. Ajudar a mim é ajudar a si mesmo."

"Sra. Lopes, eu realmente não sei quem é essa pessoa. Me desculpe, mas não posso ajudar."

Ele acenou com a cabeça para o mordomo: "Não estou me sentindo bem, mordomo. Por favor, acompanhe a Sra. Lopes até a saída."

Fui expulsa à força da propriedade da família Barbosa.

Ele certamente sabia alguma coisa!

Se ele se recusava a revelar a verdade naquele momento, só poderia haver uma explicação: algo ocorreu entre a família Barbosa e as outras duas famílias, algo profundamente prejudicial à família Barbosa, e era por isso que ele optou pelo silêncio.

Poderia ser algo que a vovó fez no passado?

Portanto, a identidade real de Mirella poderia ser alguém da família Duarte ou da família Monteiro.

O que havia por baixo?

A imagem de uma escultura que eu havia visto antes do meu casamento me veio à mente.

De repente, uma voz soou atrás de mim: "Janaína, que coincidência."

Quando ouvi a voz de César e me lembrei do passado, estremeci instintivamente.

Eu me virei para ver seu rosto sorrindo: "Eu assustei você?"

Embora ele sempre tenha parecido cordial, agora que eu sabia da possível inimizade entre a família Monteiro e a família Barbosa, eu não conseguia mais olhar para ele da mesma forma.

Talvez a pessoa à minha frente fosse um demônio em pele de cordeiro!

Ele poderia ser apenas mais hábil em se disfarçar do que o seu irmão.

Recuperei-me rapidamente e respondi: "Eu estava passando e vi que havia uma exposição aqui. Achei interessante e decidi dar uma olhada. E você, César, o que faz por aqui?"

Ele respondeu com sinceridade: "Essa exposição foi organizada por mim. Não imaginei que você se interessaria tanto. Gostaria de entrar e dar uma olhada?"