Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 638

Eu não sei por quanto tempo Natália ficou parada ali observando, esperando que ela encontrasse seu caminho de volta antes de cometer mais erros.

Troquei a morte por uma resposta, desperdiçando tempo com a pessoa errada, o que não me trouxe amor, mas sim uma destruição completa.

Quando olhei novamente, ela já havia desaparecido entre a multidão.

No momento seguinte, quando recobrei meus sentidos, percebi que Janaína(Karina) tinha se aproximado sorrateiramente de Cátia!

Antonio estava por perto, lançando olhares frequentes em sua direção.

Meu coração disparou.

Ela soube o que Cátia estava enfrentando através de mim, mas a família Monteiro era perigosa, mesmo sabendo que Cátia era minha irmã, não ousava ser muito evidente.

Ela devia ter se aproveitado de ser a nova na área!

Naquele momento, também não ousei me aproximar dela, com medo de Antonio descobrir nossa relação.

Daniela, ao lado, não ficou para trás e começou a discutir com ela, deixando Cátia um tanto perdida.

Afinal, ela nem mesmo me conhecia, muito menos sabia quem era Janaína.

Vendo que Daniela e Janaína quase chegaram às vias de fato, Evaristo interveio e puxou Janaína para longe.

"O que você está fazendo?"

Janaína arranjou uma desculpa: "Sua querida irmã estava incomodando outra, eu não posso defender a justiça?"

Evaristo pediu desculpas repetidas vezes à família Duarte: "Desculpe, minha esposa é um pouco rebelde."

A família Duarte e a família Torres tinham uma boa relação, chegaram até a pensar em se unir por casamento, então não ficaram ofendidos.

Sérgio disse com um sorriso: "Não tem problema, as jovens são assim mesmo, cheios de energia. Talvez com mais convivência, a Sra. Torres e Daniela possam se tornar amigas."

"Claro, Sr. Duarte, então eu vou visitar a família Duarte mais vezes para brincar com a irmã!"

A mulher não disse nada, apenas levantou a mão para enxugar as lágrimas de Natália, e então falou num tom sombrio: "Eu já tinha te dito para desistir, vocês dois nunca teriam uma chance."

"Por que não teríamos uma chance? Em que eu sou inferior àquela impostora, eu..."

Natália me viu saindo com Nilton e puxou a mulher para longe.

Nilton e eu voltamos para o carro, pensando na mulher que acabamos de ver.

"Nilton, qual é exatamente sua relação com a família Ferro?"

Nilton segurou minha mão e disse: "Quando deixei Cidade Nova para tentar a vida em terras estrangeiras, eu ainda estava me recuperando de um ferimento na perna. Acabei mexendo com interesses locais por causa de um projeto, e eles me sabotaram. Enquanto eu estava vulnerável, eles me jogaram ao mar para ser comido pelos peixes. Foi o pai de Natália quem me salvou."

"A família Ferro em Vila Serena do Vale era apenas uma família comum, não muito rica mas também não pobre. Sou muito grato ao pai dela por ter salvo minha vida, e desde aquele momento começamos a nos relacionar mais. Foi assim que conheci Natália, que me perseguiu por muitos anos."

"Como ela poderia saber que a pessoa que você gosta sou eu?"

As orelhas de Nilton ficaram levemente avermelhadas: "Naquela época, estando em terras estrangeiras, eu não tinha muitas inibições. A tela de bloqueio do meu celular era uma foto sua de costas, e eu também tinha uma foto sua na carteira, e até mesmo..."