Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 694

Quanto a Cátia e Janaína estarem sentadas juntas, nem se fale de Cátia não ter assistido a um desfile antes, até mesmo Janaína estava ali pela primeira vez.

Antes, vivendo na família Rocha, ela só se preocupava com sua depressão.

Não sabia gastar dinheiro, não sabia se divertir, e no final, acabou em desespero.

Renascendo, ela decidiu fazer tudo aquilo que nunca tinha feito em sua vida anterior, dentro do tempo que lhe restava.

Por isso, tanto ela quanto Cátia acharam tudo muito novo e interessante; os vestidos deste desfile eram não apenas sofisticados, mas também etéreos.

Janaína, com um sorriso no rosto, disse: "Cátia, este vestido com franjas em degradê ficaria perfeito em você, você ficaria deslumbrante!"

Para Cátia, viver já era a coisa mais difícil do mundo, não sobrava tempo para se preocupar com roupas e aparência.

Ela nunca havia escolhido roupas como uma garota comum faria.

Mas, afinal, ela era uma mulher, e o instinto de apreciar a beleza estava lá.

Antonio percebeu nos olhos dela o desejo e a ansiedade pelos vestidos; naquele momento, Cátia parecia uma pessoa viva, e não apenas um corpo sem alma.

Como quando era criança.

Ele não via seu sorriso há muito tempo, mesmo sabendo que ela costumava ser uma criança muito sorridente.

Janaína sorriu e disse: "Aquele também fica bem em você, você é tão bonita que fica bem com qualquer coisa."

Cátia mexeu nos dedos: "Não precisa, eu não tenho ocasiões para usar esses vestidos."

"Como não? Vou te visitar com frequência, eu compro para você, meninas devem se vestir lindamente."

"Não, não, é muito caro, eu não quero."

Cátia acenou com as mãos repetidamente, Janaína sabia que ela não tinha dinheiro, mas para Janaína, dinheiro era apenas números frios.

Tudo graças a Otávio, aquela máquina de fazer dinheiro sem sentimentos, que desde jovem assumiu a família Rocha, falhando no amor mas tendo sucesso nos negócios.

Mesmo após o divórcio, quando perdeu uma parte significativa, o que restou ainda era uma fortuna, e além disso, sua empresa continuava a gerar lucros incessantemente.

A maneira mais direta dele demonstrar cuidado pela filha era — transferir dinheiro.

Alguém tirou Marlene debaixo do seu nariz, e ele já suspeitava de quem fosse.

Nilton!

Ele tinha um pressentimento de que Janaína estava envolvida, mas não conseguia encontrar nenhuma prova.

Mesmo que houvesse provas, ele não teria como forçar, pois ele mesmo estava em desvantagem.

Mesmo sabendo que Marlene havia desaparecido, ele estava impotente.

Ele fixou os olhos em Janaína e disse, palavra por palavra: "Se foi você quem fez isso, diga a ela que vai se arrepender de ter fugido de mim!"

Aquela pressão fez Janaína sentir o sopro da morte, sua espinha gelou.

"Eu não entendo do que você está falando, nem conheço a Muda, não trocamos uma palavra no carro, por que está descontando sua raiva em mim pela ausência dela?"

César sorriu enigmaticamente: "Ela certamente se arrependerá."