Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 914

Lembro-me claramente de Dario ter dito uma vez que Dinora tinha uma covinha na bochecha, exatamente no mesmo lugar que a mãe de Nilton!

Embora César também tivesse, era na direção oposta à de Dinora, assim como Elton Monteiro.

No rosto de Simone, não havia nenhuma covinha!

Simone tinha uma irmã gêmea, e a única maneira de distingui-las era pela covinha na bochecha.

Será que, durante todos esses anos, quem cozinhava para Nilton não era Simone, mas sim Adelina Ferro, a mãe de Nilton!

Isso explicaria por que ela teve uma reação tão forte ao ver a pedra preta-branca no meu pescoço.

Naquele momento, eu estava diante de Adelina, não de Simone!

Ela não queria que seu filho corresse perigo, então planejou o atentado contra mim.

Adelina nunca morreu!

Ela sempre esteve viva.

Ao lembrar do que Adriana revelou antes de morrer sobre Rose, eu suspeitei que fosse Simone.

Será que era ela?

Dei dois passos para trás, quase caí.

Pequenos detalhes que eu havia ignorado começaram a se encaixar na minha mente. Minha morte na primeira vida, Rose sempre manipulando Adriana.

Aquele incêndio foi iniciado pela velha bruxa; ela manipulou tudo, alimentou o ódio de Adelina contra o velho, transformando-a em uma peça de vingança.

Ela foi resgatada do incêndio, Nilton foi levado para a família Lopes, e ela nunca mais se mostrou.

Ela viveu para se vingar da família Lopes!

Até Nilton ir para o exterior, quando então se aproximou dele como Simone, para protegê-lo.

E se...

Desde a primeira vida ela quisesse minha morte?

Afinal, ela era a mais próxima de Lucinda; Lucinda era a mentora por trás de tudo, e ela certamente sabia.

Nunca vi a mãe dele, apenas ouvi Dario mencionar essa característica.

Nilton conviveu com ela por décadas; como ele poderia não saber distinguir Simone de sua própria mãe?

Ao ver o sorriso cúmplice entre mãe e filho, senti um arrepio percorrer meu corpo.

Adelina foi preparar a comida, enquanto Nilton, segurando as crianças, se aproximou de mim.

Acabei esbarrando no peito de Nilton, "Marlene, o que houve?"

"Vim pegar as crianças para trocar as fraldas."

"Já verifiquei, acabei de trocá-las."

"Foi engano meu."

Ele me levou de volta ao quarto, colocou as crianças na cama e me puxou para sentar em seu colo.

"Marlene, você tem algo a me dizer?"

Mordi os lábios, sem saber por onde começar, afinal, era a mãe dele.

"Marlene... você descobriu, não é?"

Claro, eu nunca conseguiria enganá-lo.

"Se eu não tivesse descoberto, até quando você iria me enganar, Nilton?" Sorri amargamente.

Ele envolveu minha cintura com os braços, encostou a cabeça no meu ombro e me abraçou por completo.

"Ainda bem que você não desistiu de mim."