Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 993

Mirella ficou apavorada; ela já tinha sido cuidadosa o suficiente, mas ainda assim subestimara Matias.

Desde pequena, Antonio lhe ensinara que, acontecesse o que fosse, a primeira coisa a fazer era manter a calma.

Com o rosto tomado pela confusão, ela perguntou: “Como você descobriu sobre mim e ele? Quem é você?”

Na época, os três tinham se encontrado uma vez no hospital, mas ela e Matias não chegaram a se conhecer direito; Mirella fingiu não entender nada.

“Raissa, até quando você vai continuar fingindo?”

Com lágrimas nos olhos, Mirella disse: “Não estou entendendo o que você quer dizer, por que está falando assim? Ontem à noite você bebeu demais e caiu no banheiro, levei um tempo para te colocar na cama, só saí depois de ver que estava bem. Que documentos? O que isso tem a ver com Antonio?”

Ela fingiu ter entendido de repente: “Será que você é cúmplice dele? Você também é um demônio.”

Assim que terminou de falar, ela começou a se afastar: “Me solte, quero descer do barco!”

Ao ver o rosto dela cheio de medo e lágrimas, Matias ficou um pouco desconfiado: “Não foi você mesmo?”

“O quê? O que foi que eu fiz de errado? Só dormi um pouco, e de repente você mudou completamente! Não quero ir embora com você, me deixe voltar para casa.”

Matias percebeu que o que fizera a assustara; ele levantou o braço e abraçou Mirella: “Raissa, me perdoe, como pude desconfiar de você?”

“Me solte, você e ele são iguais, todos uns monstros.”

“Eu não sou como ele, fica calma, não chore mais, vou te levar para passear numa ilha.”

Mirella pareceu se interessar com o que ele dissera: “Ilha?”

“Sim, lá é muito bonito, tem praias com areia fina, muitos coqueiros, podemos sair para pescar, até pescar no mar, você não queria espairecer um pouco? Daqui a um tempo a gente volta, tudo bem?”

Mirella assentiu, obediente: “É verdade? Você não está mentindo para mim?”

“Desculpe, perdi alguns documentos importantes, e só você entrou no meu quarto, então acabei desconfiando de você sem motivo. Não fique brava comigo.”

“Tudo bem, eu acredito em você. Você é uma boa pessoa, não é?”